Folia para todos os gostos no DF

Blocos, como o Raparigueiros, levam multidões às ruas da capital. Crianças também se divertiram muito na folia

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Cerca de 100 mil pessoas eram esperadas até a meia-noite deste domingo na apresentação única do tradicional Bloco dos Raparigueiros. Entre jovens e adultos, a multidão aproveitou o espaço com muita euforia. Adotando o mesmo tema do Governo do Distrito Federal, “Carnaval da Paz”, o bloco contou com o apoio de mais de mil oficiais da Segurança Pública de Brasília, entre policiais militares, bombeiros e agentes da Defesa Civil, além de 150 seguranças particulares e 35 brigadistas.

Até o fechamento desta edição, às 20h, o número estimado de pessoas no local era de 70 mil foliões, que se dividiram no Eixo Monumental em dois trios elétricos principais, de acordo com a organização, um voltado para o axé e o outro para o eletrônico, com adaptações de músicas típicas do Carnaval. Também foram feitas apresentações ao vivo.

O fundador do bloco dos Raparigueiros, Wellington Santana, destacou que o público do evento é o maior do DF. Ele se orgulha da história de 31 anos da organização. Por quase três anos sem a festa em Brasília, ele acredita que os casos de violência são isolados, justamente pela grande quantidade de pessoas no local. “Infelizmente, existem aqueles que querem confusão, mal intencionados”, disse. Segundo ele, a prova de que as pessoas ainda confiam no bloco é a grande quantidade de público recebida em todas as últimas edições.

Criançada

Mais cedo, o bloco infantil da Baratinha fez sucesso entre as famílias, no Parque da Cidade. Dentro do estacionamento 12, a estrutura montada com cama elástica, palco para shows, além de área coberta para a venda de doces e para abrigar do sol ou chuva, atraiu o público. Com muita espuma artificial de spray, confetes e serpentina, as crianças e adultos presentes brincaram muito durante a festa.

Este é um dos festejos mais tradicionais de Brasília, criado há mais de 30 anos. Todo o evento é voltado para as famílias e pensado no mundo lúdico das crianças. No local, os pequenos vão fantasiados dos personagens que mais gostam, com o cabelo pintado, tintura no rosto e muita energia para gastar no evento, que se estendeu das 13h30 às 20h30 de amanhã.

Participando pela primeira vez do bloquinho, o casal Tainá da Hora, 45 anos, e Renato Hailton, 48, foram motivados a iniciar uma tradição com a chegada da filha Maria, de apenas 3 anos, assim como o sobrinho Sérgio, de 11 anos. “Nossa filha é uma benção pra nós, porque não podíamos ter filhos”, afirmou Tainá. “Ela nos motivou a vir para cá brincar e aproveitar”, continuou.

Diversidade

Com o tema “O futuro é agora”, que buscou exaltar a defesa da democracia brasileira, o bloco das Montadas, tradicional bloco do Carnaval brasiliense no qual a diversidade e a exaltação da cultura LGBTQIA+ são as características principais de uma história de lutas por felicidade e respeito, voltou a contagiar o Setor Bancário Norte na tarde de ontem, atraindo milhares de foliões fantasiados e dispostos a se divertir e, quem sabe, conquistar uma paixão carnavalesca.

Se dependesse da animação da folia no Setor Bancário Norte, o “amor de bloquinho” foi uma alegria para os que foram dispostos a conhecer pessoas novas. Nem mesmo as esporádicas pancadas de chuva deste domingo atrapalharam os foliões.

“Eu me sinto mais confortável para ser quem eu sou. É uma voz que fala sobre respeito e às vezes, em outro lugar, vão ter pessoas que não pensam dessa forma e que vão julgar”, destacou a micro-empreendedora Carollina Honda, de 21 anos, uma das organizadoras do bloco.

Aruc faz teste para o desfile de abril

A Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (ARUC) desfilou neste domingo de Carnaval pelas quadras entre o Cruzeiro Velho e Cruzeiro Novo. A maior vencedora de desfiles de escolas de samba do Distrito Federal, com 31 títulos conquistados, está ensaiando para os desfiles oficiais das escolas de samba do DF, que vão ser realizados em abril.

O presidente da Aruc, Rafael Fernandes de Sousa, conta que o desfile de domingo é uma preparação para abril, mas também uma celebração do Carnaval. “Uma celebração para a comunidade”, complementa.

A dona de casa Carla Godoi, 49 anos, toca tamborim e chocalho na Aruc. Ela nasceu no Cruzeiro e sempre foi da comunidade da região. “Gosto muito de música, mas principalmente do samba”, conta. Então para Carla, participar dessa escola de samba é maravilhoso. Ela acredita que o fator que torna a Aruc uma escola de samba tão grande no DF, é o amor. “Todo mundo toca com amor, faz tudo com amor. Tem gente de outras cidades e estados que amam a Aruc”.

Uma dessas pessoas que são de fora e amam a escola de samba brasiliense é Valeska Star, 47 anos, dentista. Ela é carioca e está morando em Brasília. Valeska e as amigas, Juliana Gonzaga, 43, Maria Angela Cortez, 56, Micheli Araujo, 43, Adriana Gonçalves, 50, amam curtir o carnaval. E todas são apaixonadas pela escola de samba. Maria Angela veio de Goiânia para cá, para prestigiar a Aruc. “Amo demais o Carnaval, e estar aqui no desfile com minhas amigas é muito bom”, disse Adriana. Ela mora do lado da sede da Aruc.

Povo mais perto

Fátima Fernandes, 50 anos, é conselheira de cultura do Cruzeiro. Para ela, a Aruc é uma referência de cultura e tradição da cidade. “E essa ideia de fazer o desfile no bairro, foi boa porque o povo pode participar mais de perto”, aponta. Ela até prefere esse desfile mais informal do que os desfiles oficiais.

Nei Simião, 54 anos, autônomo, é morador do Cruzeiro desde que nasceu. O primo dele toca na Aruc e Simião veio com as sobrinhas e a filha para ver a escola desfilar. “A alegria do Cruzeiro é a Aruc”, afirma. A sobrinha, Anna Paula Simião Costa, 28 anos, estudante, achou tudo muito organizado e bonito.

Saiba mais

No Guará II, para quem gosta de reggae e Carnaval, a opção foi o bloco Maria Fumaça. O evento aconteceu neste domingo, no Teatro de Arena do Cave. Foi a primeira vez que o bloco se apresentou fora do Plano Piloto.

Uma das responsáveis pelo Maria Fumaça, Thaís Frota conta que o projeto tem apoio do Fundo de Apoio à Cultura (Fac), com três eixos: palestras que aconteceram no começo de fevereiro, o bloco no domingo, e uma parceria com o projeto Jovem de Expressão, para o desenvolvimento de qautro oficinas profissionalizantes.

O bloco contou com uma área para pessoas com deficiência. “Eu mesma sou uma PCD”, aponta Thaís. Ela está feliz com a realização do Maria Fumaça esse ano, e a expectativa era receber 700 pessoas até o final da noite deste domingo.

Por Redação do Jornal de Brasília

Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília / Reprodução Jornal de Brasília

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