Combate ao fumo: tabagismo mata 443 pessoas por dia no Brasil

O cigarro é o principal responsável pelo surgimento de câncer de pulmão, tipo que mais mata em todo o mundo

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Em 29 de agosto, no Brasil, comemora-se o Dia Nacional de Combate ao Fumo. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), praticamente uma a cada dez pessoas fuma no Brasil. Recentemente especialistas conseguiram provar que não estar em contato com a fumaça já não é o bastante para não sofrer com os malefícios. Um estudo realizado por pesquisadores do Dana–Farber CancerInstitute e publicado na revista Pediatrics mostrou que ambientes defumados pelo tabaco também estão repletos de partículas cancerígenas, que podem permanecer por até dois meses. O chamado thirdhandsmoke (fumo de terceira mão) permanece no ambiente mesmo depois que o cigarro acaba e sua fumaça é dissipada. As toxinas e resíduos do cigarro ficam impregnados em roupas, almofadas, sofás, tapetes, carpetes, cortinas e outros objetos no ambiente e representam um risco à saúde, especialmente de bebês e crianças.

E apesar do Brasil ter sido reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um exemplo no combate ao cigarro – o país tem um dos menores índices de fumantes do mundo, cerca de 10% da população acima de 18 anos, segundo o próprio INCA – os desafios não param de chegar. Um deles, é a chegada dos cigarros eletrônicos e outros dispositivos de vape, que têm conquistado principalmente os jovens. Especialistas estimam que cerca de 600 mil pessoas fazem uso desse dispositivo. De acordo com uma pesquisa desenvolvida pelo Inca, o cigarro eletrônico aumenta mais de três vezes o risco de experimentação do cigarro convencional e mais de quatro vezes o risco de uso do cigarro.
“Como ainda não há regulamentação por parte do governo em relação ao cigarro eletrônico no Brasil, não é possível saber o que as pessoas estão aspirando. Estudos mostram que os níveis de toxicidade podem ser tão prejudiciais quanto os do cigarro tradicional, já que combinam substâncias tóxicas com outras que muitas vezes apenas mascaram os efeitos danosos. Ainda não temos como saber quais serão as consequências do uso desse tipo de cigarro a médio e longo prazos. O que nos preocupa é como isso pode afetar toda uma geração”, explica Marcelo Uchôa, oncologista da Oncoclínicas Brasília.

O tabagismo e a relação com o câncer

O cigarro está entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, dentre eles o de pulmão, laringe, bexiga e os cânceres de cabeça e pescoço. O tabagismo está na origem de 90% de todos os casos de tumores de pulmão no mundo, sendo responsável por ampliar em cerca de 20 vezes o risco de surgimento da condição. Segundo dados do Ministério da Saúde, pessoas que fumam têm 30% mais chances de desenvolver câncer de pulmão.

Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam que 161.853 mil mortes poderiam ser evitadas anualmente se o tabaco fosse deixado de lado, sendo que cerca de ⅓ destes óbitos são decorrentes de algum tipo de câncer relacionado ao hábito de fumar. Dados do Instituto mostram também que, no Brasil, 443 pessoas morrem a cada dia por causa do tabagismo.

Os benefícios de parar de fumar para o corpo

Ainda segundo o oncologista da Oncoclínicas Brasília, o tabagismo é uma doença crônica e afirma que parar de fumar não é uma tarefa fácil. O especialista ressalta que infelizmente,os cigarros têm características que facilitam seu consumo, como não ser ilegal e ser de baixo custo.

“Ter o apoio da família é super importante nesse processo. É fundamental que o fumante tenha palavras de incentivo e conte com a paciência daqueles que o cercam. Praticar atividade física também diminui a fissura com o tabaco. Vale ressaltar que fazer exercícios é um excelente incentivo para quem quer ter hábitos de vida mais saudáveis. Buscar ajuda médica e psicológica também são essenciais para que a pessoa consiga alcançar o objetivo de parar de fumar”, finaliza o médico.

Por Redação do Jornal de Brasília

Foto: Reprodução Jornal de Brasília

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