Brasilienses buscam alternativas para evitar o trânsito da capital

Mesmo com grande quantidade de veículos próprios, moradores do DF utilizam outros meios para se locomoverem pela cidade. Especialistas apontam melhorias necessárias para estimular a prática, como ampliação das ciclovias e investimento no transporte público

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Em meio a mais de 2 milhões de veículos registrados no Distrito Federal, segundo dados do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), há pessoas que desafiam essa tendência ainda em crescimento e recorrem a outros meios para se locomoverem pela cidade, como metrô, ônibus, bicicleta e até a pé. O Correio ouviu algumas pessoas e especialistas, que explicam como as autoridades podem contribuir para uma adesão maior ao transporte alternativo ou coletivo.

Paulo Roberto, 32 anos, trabalha em uma bicicletaria e, desde criança, é um entusiasta. “Eu fazia escola de futebol e economizava o dinheiro da passagem para ir às aulas de bicicleta”, conta. Ele diz que até hoje utiliza esse meio de transporte. “Em Brasília, está cada vez mais difícil achar estacionamento, por isso, adoto a bicicleta. Apesar de ter meu próprio carro, ainda prefiro ir a alguns lugares de bicicleta. Não tem o transtorno do engarrafamento, ônibus lotados e melhora a qualidade de vida”, conclui.

A vice-presidente do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do Distrito Federal (Condepac-DF) e conselheira no Conselho de Desenvolvimento de Turismo do Distrito Federal (Condetur-DF), a arquiteta e urbanista Angelina Nardelli Quaglia, sugere como o governo poderia incentivar a população a usar outros transportes. “Para o DF, ciclovias, veículo leve sobre trilho (VLT), metrô, tudo pode ser implementado, desde que bem pensado, e bem inserido, em políticas públicas de qualidade”, exemplificou.

O diretor de imagens Dennys William, 39, opta por pegar o transporte coletivo. “Tenho o carro há mais de 15 anos, mas, devido ao trânsito caótico de Brasília, muitas vezes prefiro andar de ônibus. Na ida para o trabalho, consigo ir sentado. Com isso, eu evito muito estresse, o trânsito é bastante pesado, tanto na ida quanto na volta. Às vezes, os ônibus facilitam um pouco, mesmo o transporte público sendo muito escasso”, analisa.

Outra pessoa que utiliza o transporte coletivo, especialmente o metrô, é a recepcionista Ana Clara Costa, 19, que, todos os dias, deixa o carro no estacionamento da estação do Guará e segue para o trabalho em Taguatinga. “A economia com a gasolina é um dos principais motivos para fazer isso”, disse. A escolha pelo metrô ainda tem outros motivos. “No meu trabalho não tem tantas vagas de estacionamento, então teria que deixar meu carro mais afastado e isso acaba criando outro problema, que é a questão da insegurança, tem locais em Taguatinga que não passa segurança”, desabafou.

Por Hítalo Silva e Alessandro de Oliveira do Correio Braziliense

Foto: Arquivo Pessoal / Reprodução Correio Braziliense

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