FCDF: secretário de Economia diz que DF sofreu “perseguição”

De acordo com Ney Ferraz, a " ira do PT contra Brasília não se perpetuou". O secretário comemorou a decisão do relator que optou por retirar a alteração, atendendo à bancada do Distrito Federal

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O secretário de Economia, Ney Ferraz, comemorou a decisão da Câmara dos Deputados de deixar o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) de fora do projeto de lei que trata do corte de gastos. A proposta, relatada pelo deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), foi aprovada por 264 votos a 209.

À reportagem, Ney ressaltou a importância do FCDF para a população da capital federal, enfatizando que essa preocupação foi levada em conta pelos parlamentares. “Estamos felizes porque a ira do PT contra Brasília não se perpetuou. O que sofremos foi ameaça, perseguição… mas acabou, finalmente”, disse.

“Agora, mais do que nunca, vimos que o foco era retirar recursos da nossa cidade em represália aos votos que não tiveram aqui. Agradeço a união de todos, desde os políticos, dos empresários e da população, contra esse levante. Vamos seguir investindo bem e fazendo mais e mais pela qualidade de vida da capital da República”, avaliou o secretário.

O texto original enviado pelo governo federal incluía a mudança na fórmula de cálculo do FCDF, que passaria a utilizar a variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ou outro índice equivalente, em vez da Receita Corrente Líquida (RCL) da União. No entanto, o relator optou por retirar essa alteração, atendendo à bancada do Distrito Federal.

Em relatório, Bulhões justificou a exclusão afirmando que “ao alterar a forma de recomposição dos recursos do FCDF repassados pela União, o projeto impõe severa restrição fiscal ao Distrito Federal”.

Se o projeto original do governo federal fosse aprovado na íntegra, conforme elaborado pelo Palácio do Planalto, a mudança na fórmula do Fundo Constitucional do DF resultaria em uma perda de R$ 12 bilhões para os cofres do Distrito Federal ao longo dos próximos 15 anos, segundo projeções da Secretaria de Economia do DF (SEEC-DF). Com a aprovação do texto modificado na Câmara, o projeto segue agora para análise no Senado.

O que é?

O Fundo Constitucional do Distrito Federal é um recurso da União repassado anualmente para o DF, com o objetivo de custear a saúde, a segurança pública e a educação na capital do país. Em vigor desde 2002, a verba é calculada de acordo com a Receita Corrente da União (RCL).

O Projeto de Lei 4.614/2024, que tramitou na Câmara dos Deputados, propõe a mudança na forma de cálculo do FCDF. A proposta do projeto, de autoria do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), é que o FCDF passe a ser calculado com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o que causaria perdas de, pelo menos, R$ 800 milhões, somente em 2025. Com a mudança, um novo texto, sem o FCDF, chegará para deliberação dos senadores.

Por Pablo Giovanni do Correio Braziliense

Foto: Benné Mendonça/Seec / Reprodução Correio Braziliense

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