Mulheres podem ficar calvas? Entenda diagnóstico de Xuxa

Ao Correio, especialista desmistifica alopecia androgenética, doença que acomete a apresentadora e milhões de homens e mulheres

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apresentadora e cantora Xuxa Meneghel falou, durante conversa com Ana Maria Braga no programa Mais você, da Rede Globo nessa quinta-feira (27/3) sobre o próprio diagnóstico de alopecia androgenética, ou calvície, que provoca perda de cabelos no couro cabeludo tanto em homens quanto em mulheres.

Em 2022, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) calculou que 42 milhões de pessoas são acometidas pela doença no país. De origem genética, a patologia, mais comum na população masculina, também afetou a mãe de Xuxa.

Devido à perda de fios, a cantora resolveu raspar tolamente o cabelo e, atualmente, conforme revelou à Ana Maria, faz, há pouco mais de um mês, procedimento de transplante capilar. “Esses cabelinhos vão cair e depois vão nascer”, explicou. “A partir de agosto ou setembro, volto a usar minha ‘xuquinha’.”

A artista, que nesta quinta celebrou o aniversário de 62 anos, deixou um alerta para o público feminino. “Mulher tem medo, ou tem vergonha de falar, ou acha que não deveria”, disse. “Eu queria falar para muitas mulheres terem coragem, porque a alopecia existe.”

O que é a alopecia androgenética

Ao Correio, a dermatologista Rosicler Rocha Aiza Alvarez, da Clínica Aiza, explica que a “alopecia androgenética, também conhecida como calvície, é uma patologia muito frequente em homens, mas também em mulheres, que leva à queda gradativa dos cabelos da cabeça”. Segundo ela, a doença pode ser causada por alterações hormonais e por herança genética.

A profissional esclarece que as manifestações da alopecia são diferentes nos diferentes gêneros. “Nos homens é mais frequente na parte anterior do couro cabeludo, laterais e frontais (as famosas entradas) e no vértice do couro cabeludo”, afirma. “Já nas mulheres, ocorre uma rarefação dos pelos, predominantemente no centro do couro cabeludo.”

Na população do sexo feminino, o problema ocorre principalmente na pós-menopausa, devido a defeito na transformação de testosterona em outro hormônio que atua diretamente no crescimento de pelos: eles ficam cada vez mais finos até desaparecerem. “Vale lembrar que o pelo não cai de uma vez, mas aos poucos, pois fica enfraquecido”, reforça Rosicler.

Fator genético

Segundo a dermatologista, “a herança genética pode favorecer o início” da alopecia, mas não a determina. “Hoje sabemos (que) genética não é destino”, complementa. “Muito se sabe que escolhas alimentares, estilo de vida, como também o ambiente em que vivemos, são os principais gatilhos para a carga genética ser ativada.”

Apesar disso, “se na família já existir o histórico da doença, é importante prevenir e procurar tratamento com médico dermatologista”.

Por isso também, é preciso ficar atento ao início dos sintomas, que, de acordo com Rosicler, trata-se de processo individual e varia muito de pessoa para pessoa: “Em homens, ocorre com mais frequência após a adolescência, início da vida adulta; e em mulheres ocorre quando apresentam doenças endocrinológicas e após a menopausa, mas pode ocorrer em qualquer época da vida adulta”.

Prevenção e tratamento

A especialista garante que é possível prevenir e tratar a calvície, por meio de correção de causas e deficiências que provocam a doença. “Uso de medicações orais, tratamentos tópicos, uso de tecnologias para potencializar a absorção de substâncias que atuam diretamente no fortalecimento dos fios”, elenca algumas possibilidades. “Quanto antes iniciar o tratamento, melhor será a resposta, mas, se o tratamento for iniciado tardiamente, existe a possibilidade de fazer um transplante capilar.”

Vale lembrar, porém, que, antes de qualquer coisa, a condição de saúde do paciente deve ser avaliada por um médico.

Outras causas de queda de cabelo

Nem toda perda de fios, porém, significa calvície. “Atualmente muito se fala sobre queda de cabelo, e muitas vezes não tem nada a ver com a alopecia androgenética”, tranquiliza Rosicler.

“Vivenciamos com frequência, no consultório, pacientes que enfrentam uma queda de cabelo importante por alterações hormonais (por deficiências ou excessos) e deficiências nutricionais causadas por dietas muito restritivas e/ou uso de medicações para emagrecimento, como as ‘canetas emagrecedoras’ que estão na moda, e com uso indiscriminado, sem orientação médica”, alerta.

“A alopecia androgenética é uma doença milenar, e pode ser confundida com outros tipos de alopecia, por isso é muito importante procurar um médico dermatologista clínico para fazer o diagnóstico e propor o tratamento adequado.”

Por Lara Perpétuo do Correio Braziliense

Foto: Reprodução/Rede Globo / Reprodução Correio Braziliense

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