Para quem faz uso de anticoncepcional, fumar pode ser um grande fator de risco para condições cardiovasculares. Durante entrevista no CB.Saúde desta quinta-feira (19/6), a cardiologista Edna Maria Marques, secretária-adjunta de Assistência à Saúde da Secretaria de Saúde do DF, afirmou que frequentemente encontra casos de mulheres jovens que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC) após unir as duas substâncias em suas rotinas.
“Para quem toma anticoncepcionais, é proibido fumar. Infelizmente chegam aos nossos hospitais, várias mulheres jovens que, quando vamos buscar saber por que teve um infarto, um fator de risco é uso de anticoncepcional e cigarro, e vale o mesmo para o AVC”, conta a médica.
Ainda segundo a especialista, cada vez mais têm sido frequentes casos de jovens que estão sendo hospitalizados por AVC’s, devido a hábitos de comportamento. “Temos vários fatores que podem acarretar o surgimento da condição em pessoas mais jovens, como o uso de anabolizantes, que leva à injúria do vaso, formando um coágulo”, aponta. “Outro fato é o consumo de energéticos quando misturados com bebida alcoólica. Essa combinação é ruim, tanto em relação com AVC, como infarto e outras arritmias também”, completa.
Tratamento de AVC ampliado no Distrito Federal
Até recentemente, apenas o Hospital de Base era referência no DF para o acolhimento e tratamento de vítimas de AVC. Uma ação da SES-DF, porém, capacitou equipes do Hospital Regional de Sobradinho e do Gama para lidar da melhor forma com a condição.
Segundo Marques, também foi redesenhado o fluxo dos pacientes ao chegar nas unidades hospitalares, garantindo que o atendimento seja feito da forma mais rápida o possível “Na triagem, o enfermeiro ou outro colega da equipe, terá que saber identificar se há risco de infarto ou AVC. Automaticamente esse paciente vai direto ao contato médico, que vai fazer um exame físico. Se tiver uma suspeita de AVC, ele parte imediatamente para a tomografia”, detalha. “Após o exame, não esperamos laudos, porque através de um aplicativo já enviamos o resultado para o neurologista do Hospital de Base, confirma o caso e inicia o tratamento junto ao médico da unidade”, continua.
AVC nas Escolas
Outra novidade revelada pela cardiologista é o desenvolvimento do Programa AVC Nas Escolas. A iniciativa, que é uma parceria entre a SES-DF e a Secretária de Educação (SEE-DF), busca conscientizar crianças e adolescentes sobre os sinais de um AVC, para que possam auxiliar adultos em situações de urgência.
“Às vezes, o avô ou o pai está só com as crianças dentro de casa. O importante é que a população saiba que se tiver perda de força muscular em algum membro, alteração na fala, na rima labial, a boca fica mais torta, podem ser sinais de que um AVC está acontecendo”, alerta.
De acordo com ela, o projeto, que ainda está com seus detalhes sendo discutidos, deve levar vídeos educacionais às salas de aula. “Queremos ensinar ludicamente por meio de super-heróis, para que essas crianças também podem ser heróis em suas famílias. Tem um vídeo muito legal, que vamos passar em todas as escolas, sobre quais são os sintomas e sinais e, quando foram notados, como agir. Vamos ensinar a ligar para o Samu, bombeiros ou chamar outro adulto”, adianta.
Por Painel da Cidadania
Fonte Correio Braziliense
Foto: Guilherme Felix CB/DA Press