Pacientes do Hran celebram Dia da Conscientização sobre Fissura Labiopalatina

Hospital é referência no Centro-Oeste e tem mais de mil pessoas cadastradas no serviço especializado

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Juliana Verde, 35, toca violino com a mesma leveza com que compartilha a própria história. Nascida em Manaus com fissura labiopalatina, ela começou o tratamento ainda criança, passando por diversas cirurgias ao longo da vida. Este ano, concluiu a última etapa no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), com reconstrução nasal e labial.

“Eu não sabia que o Hran oferecia esse atendimento especializado. Fiquei encantada com a forma como fui acolhida. A gente precisa divulgar que esse serviço existe e é gratuito”, sugere a paciente e professora de violino.

Nesta semana, Juliana se apresentou no evento promovido pelo hospital em celebração ao Dia Nacional de Conscientização sobre Fissura Labiopalatina, lembrado nesta terça-feira (24). Com o tema Sorrisos que inspiram, a programação contou com cabine de fotos e apresentação musical. A violinista emocionou o público ao se apresentar ao lado de alunos, entre eles Calebe Rodrigues, de 9 anos, também paciente do Ambulatório de Fissurados do Hran.

Diagnosticado com a síndrome de Opitz-Frias ー  condição genética rara caracterizada por malformações faciais, incluindo a fissura palatina ー, Calebe é acompanhado desde os primeiros dias de vida por uma equipe multiprofissional no hospital, onde já passou por quatro cirurgias.

“Nas aulas de violino, o Calebe é tratado pelos colegas como um igual. É bonito de ver. Ele e os outros alunos que têm a fissura são extremamente inteligentes e totalmente capazes. O que falta é a sociedade enxergar isso com naturalidade, sem preconceito”, afirma a mãe, Selma Rodrigues, 42.

Referência

O ambulatório do Hran é referência no DF e em todo o Centro-Oeste, também recebendo pacientes de outros estados. Mais de mil pessoas estão cadastradas no serviço, que conta com equipe formada por cirurgião plástico, dentista, fonoaudiólogo, psicólogo, nutricionista, entre outros.

“A fissura ocorre entre a 4ª e a 12ª semana de gestação e pode afetar o lábio, o palato ou ambos. As consequências vão desde dificuldades para se alimentar e falar até impactos sociais”, explica o cirurgião plástico e coordenador do Serviço Multidisciplinar de Atendimento a Fissurados do Hran, Marconi Delmiro.

O tratamento é gratuito e segue uma linha de cuidados da Secretaria de Saúde (SES-DF), que começa ainda na gestação com o acolhimento dos pais. Após o nascimento, o bebê é encaminhado ao serviço, onde passa por avaliação com cirurgião plástico, fonoaudiólogo e odontólogo. “A partir daí, traçamos um plano cirúrgico individualizado, pois cada fissura tem suas particularidades”, ressalta o médico.

Delmiro reforça a importância do tempo certo para a realização das cirurgias. “Quando a operação do palato é adiada, a criança pode levar até oito anos para desenvolver a fala normalmente. O objetivo é devolver a dignidade aos nossos pacientes.”

O Serviço Multidisciplinar de Atendimento aos Fissurados do Hran funciona desde 2013. O atendimento ocorre às segundas-feiras, das 13h às 18h, para consultas de avaliação (primeira consulta); nos demais dias, das 8h às 18h, os profissionais se dedicam a consultas agendadas.

*Com informações da Secretaria de Saúde

Por Painel da Cidadania

Fonte Agência Brasília

Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde

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