Moradores e empresários relatam medo e insegurança na Quadra 112 Sul

Após comerciante matar um ladrão na Quadra 112 Sul, na segunda-feira, o Correio conversou com moradores da região, que reclamaram da falta de policiamento e da grande quantidade de furtos

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O arrombamento seguido de morte, ocorrido na última segunda-feira em um restaurante na 112 Sul, trouxe à tona uma questão que afeta moradores e comerciantes da Asa Sul: a sensação de insegurança causada pela alta incidência de crimes de oportunidade na região. Em 2024, foram registrados 32 casos de roubo em comércio no Plano Piloto. Neste ano, somente até maio, foram 12. Ao flagrar um homem furtando bebidas no estabelecimento, o proprietário, Frederico Zampieri, reagiu, atirou e acertou o invasor, que morreu no local.

Identificado, o invasor, Lindomar José Estácio de Moura, 36 anos, acumulava uma extensa ficha criminal, sobretudo por furtos (10 ocorrências na Cidade Ocidental). Após a morte de Lindomar, o empresário se apresentou à delegacia, entregou a arma e foi liberado sob fiança.

A reportagem do Correio conversou com quem mora e frequenta diariamente aquela área do Plano Piloto. Relatos de furtos, roubos e arrombamentos são comuns. Além disso, os moradores e trabalhadores da Asa Sul clamam por um policiamento mais preventivo na região. 

Proprietários de estabelecimentos comerciais da quadram se juntaram para contratar uma empresa de segurança particular para reforçar o monitoramento na região. “Ainda assim, não tem a mesma eficácia do que teria um policiamento mais ostensivo por parte do Estado mesmo”, comentou um dos comerciantes. “É comum ouvirmos relatos de furto, arrombamento e assalto por aqui. O policiamento é uma vergonha. O Estado é ausente”, acrescentou. 

Outro morador da região elogiou o trabalho da Polícia Militar, mas destacou que é preciso mais efetivo para que a corporação possa realizar um trabalho mais preventivo. “Sempre que há uma ocorrência, a polícia nos atende com rapidez e eficiência. É uma corporação bem preparada e bem equipada. Mas falta um efetivo maior para que eles possam realizar um policiamento preventivo e não agirem apenas quando acontecer algo, que pode acabar sendo uma tragédia”, ponderou. 

A grande quantidade de pessoas em situação de rua no Plano Piloto tem gerado queixas por parte das pessoas que vivem e trabalham na Asa Sul e Asa Norte. Em mais de uma loja localizada na Asa Sul, comerciantes e funcionários relataram que a presença de pessoas em situação de rua deixa a região vulnerável e gera medo e insegurança. “Não é incomum ouvirmos relatos de funcionárias que são intimidadas e coagidas por pessoas em situação de rua que se aproveitam de dias em que os restaurantes estão fechados e, portanto, as quadras menos movimentadas, para entrar nas lojas pedindo dinheiro e coagindo as pessoas”, relatou um empresário. 

Além dos relatos sobre a vulnerabilidade e sensação de insegurança causada pela falta de policiamento e presença de pessoas em situação de rua, crimes contra o patrimônio também são comuns na Asa Sul. “Mesmo com câmera de segurança, já entraram aqui uma vez e roubaram alguns bens e dinheiro do caixa. A segurança particular ajuda um pouco, mas polícia mesmo a gente só vê por aqui quando acontece alguma coisa”, comentou o funcionário de um restaurante.

Um comerciante comentou que duas funcionárias já tiveram o celular furtado na Asa Sul à noite quando estavam indo embora. “Na época que tinha o Cosme e Damião, não acontecia esse tipo de coisa. O governo devia voltar com essa política”, clamou, fazendo referência ao patrulhamento feito a pé, onde duplas de policiais faziam ronda pelas regiões do DF. 

Monitoramento

A Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) destacou o programa DF Mais Seguro – Segurança Integral, que conta com a participação de diversos órgãos e da sociedade civil, com foco na redução da criminalidade e no aumento da sensação de segurança. O programa busca aprimorar a segurança no DF por meio de ações integradas e participação social. 

“A pasta tem investido na capacitação das forças de segurança, na modernização de equipamentos e no uso de tecnologias. As ações são orientadas por relatórios semanais com dados de manchas criminais, que indicam os locais e horários com maior incidência de delitos. Para ampliar a transparência, a pasta passou a divulgar os dados de criminalidade por duas metodologias: por data de comunicação e por data do fato ocorrido”, disse a SSP-DF, em nota.

A pasta reforça a importância de registrar as ocorrências, presencialmente ou pela Delegacia Eletrônica no site da Polícia Civil. Denúncias também podem ser feitas pelo número 190, da PMDF, no 197, da PCDF ou ainda pelo WhatsApp (61) 98626-1197 ou e-mail: denuncia197@pcdf.df.gov.br

 Crimes contra o patrimônio no Plano Piloto

 20242025 (até maio)
Roubo a transeunte991420
Roubo em comércio3212
Roubo em residência30
Furto a transeunte554297

Por Painel da Cidadania

Fonte Correio Braziliense       

Foto: Bruna Gaston CB/DA Press

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