O mês de julho avança, e, com ele, a queda nos estoques de sangue do GSH Banco de Sangue de Brasília. A entidade alerta que as reservas estão 75% abaixo do ideal e convoca a população para uma mobilização urgente. Ainda há tempo de reverter a situação — basta que mais pessoas saudáveis compareçam para doar. Segundo o grupo, um gesto simples pode significar a diferença entre a vida e a morte para quem depende de transfusões regulares.
O cenário atual tem causas previsíveis, mas nem por isso menos preocupantes. Julho é tradicionalmente um período de férias, e com ele vem uma redução no comparecimento dos doadores. Uma pesquisa do Instituto Locomotiva, feita entre 17 e 23 de junho com 1.500 entrevistados, revelou que 53% dos brasileiros planejavam tirar férias neste mês, sendo que 83% deles pretendiam viajar. A ausência dos doadores regulares, somada ao frio e ao aumento das doenças respiratórias, explica a queda expressiva nos estoques.
Segundo Ana Luiza Araújo, líder regional de captação do GSH Banco de Sangue, o momento exige resposta rápida: “Estamos na segunda quinzena do mês e ainda dá tempo de mudar esse quadro. Precisamos, especialmente, de sangue tipo O negativo. Por isso, pedimos que quem está saudável doe antes de viajar ou assim que voltar”.
O atendimento aos doadores ocorre de segunda a sábado, das 7h às 12h30, no SGAS 915, Asa Sul — 2º subsolo do Centro Clínico Advance I, ao lado do Hospital DF Star. Os agendamentos podem ser feitos pelos números (61) 3011-7531 e (61) 9632-3648. A doação é segura, rápida e, sobretudo, essencial. Em apenas alguns minutos, é possível salvar até quatro vidas, conforme o Banco de Sangue.
A recomendação é que o doador esteja bem de saúde, tenha dormido pelo menos seis horas na noite anterior, pese mais de 50 kg e apresente um documento oficial com foto. Não é necessário jejum, mas alimentos gordurosos devem ser evitados antes da coleta. Também há prazos de espera em casos específicos, como para quem teve gripe (7 dias após melhora), tomou a vacina da gripe (48 horas), fez tatuagem ou colocou piercing (12 meses) ou passou por endoscopia (6 meses). Diabéticos podem doar, desde que a doença esteja controlada e não utilizem insulina.
A campanha reforça que a solidariedade não tira férias. Enquanto parte da população viaja ou aproveita o recesso, milhares de pacientes continuam precisando de transfusões. A doação de sangue, nesse contexto, é um ato de empatia urgente e vital.
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: Nguyen Hiep/Unsplash