Atuação de equipes multidisciplinares de saúde garante atenção integral e humanizada

Grupos de profissionais promovem atividades individuais, coletivas e domiciliares

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Toda quarta-feira, Adélia Cavaletti, 77 anos, tem um compromisso na Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Lago Norte: participar do grupo de prevenção de quedas de idosos. “Acho essa atividade maravilhosa. Eu fiz uma cirurgia nos dois joelhos e estou me recuperando. A fisioterapeuta é ótima e a nutricionista também, até puxa a nossa orelha de vez em quando”, conta, entre risos. “A amizade também é boa. É importante para mim”. 

Voltado a pessoas com 60 anos ou mais, o grupo participa de exercícios físicos de fortalecimento, coordenação e equilíbrio. Nesse ciclo, o objetivo é, principalmente, reduzir os riscos de queda. Toda a ação é orientada pela equipe multiprofissional (eMulti) da UBS, formada por trabalhadores de diferentes áreas da saúde.

Na unidade, a eMulti ainda promove atividades coletivas para controle de peso e de diabetes, contra o tabagismo, terapia comunitária e estímulo à práticas integrativas em Saúde (PIS), como ioga e tai chi chuan.

Toda essa carta de serviços possui inúmeras camadas, que vão desde a saúde física, até o bem-estar mental e a socialização. Elza Kunze, 84, concorda: “Para mim foi muito bom. Melhorou meu equilíbrio, porque tenho labirintite, então fico tonta várias vezes. Também é a hora que eu tenho para confraternizar e ver amigos”, conta a participante do grupo. 

As e-Multis da rede pública

A rede da Secretaria de Saúde (SES-DF) conta atualmente com 56 eMultis, formadas por profissionais como nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais, farmacêuticos etc. No escopo de atuação, entram atividades coletivas, atendimentos individuais e domiciliares, apoio matricial, discussão de casos, práticas intersetoriais, entre outras.

No meio dessas equipes, o conhecimento é, constantemente, trocado entre as especialidades. São elas que auxiliam no plano terapêutico dos pacientes, pois abrangem a comunidade como um todo. Já as atividades coletivas integram as estratégias para ampliar o acesso a outros serviços, como os grupos de controle de peso, que permitem acompanhamento com um nutricionista e ajudam a elevar a qualidade do tratamento.

“Se fôssemos encaminhar para a atenção especializada [ambulatorial] todos os casos que precisam de nutricionista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, por exemplo, a demanda seria maior do que a capacidade da rede. Por isso, é importante descentralizar a assistência”, avalia a enfermeira Christinne Lima Aguiar, membro da equipe de PIS da UBS 1 Lago Norte.

O caráter complementar das e-Multis segue orientações do Ministério da Saúde (MS). Esses profissionais dão apoio às equipes de Saúde da Família (eSF), geralmente compostas por médico, enfermeiro, agente comunitário, técnico de enfermagem, além da equipe de saúde bucal. “Servimos como uma espécie de clínica ampliada, e o trabalho coletivo é uma forma de crescermos e de aprendermos com a sabedoria dos outros”, enfatiza a nutricionista da eMulti da UBS 1 do Lago Norte, Fernanda Farias.

O principal atributo que o trabalho em conjunto das diferentes equipes na atenção primária à saúde (APS) representa é a longitudinalidade, isto é, um monitoramento contínuo e sistemático do paciente por um mesmo profissional ou equipe durante anos. 

“A ideia é que a gente acompanhe esse indivíduo em todas as fases de sua vida. Ainda que ele tenha uma questão aguda ou pontual que, às vezes, precise de uma internação ou de um profissional especialista, a responsabilidade continua sendo nossa”, explica Farias. 

Regulamentação

As eMultis, antigos núcleos ampliados de apoio à saúde da família, devem ser vinculadas a equipes ou serviços da Saúde da Família, Saúde da Família Ribeirinha, Consultório na Rua, APS ou de UBS Fluvial. É o que prevê a Portaria nº. 635/2023 do MS, norma que estabelece as modalidades das equipes.

No documento, as equipes de saúde da rede pública são classificadas em três modalidades: ampliada, complementar e estratégica. As duas primeiras cumprem carga horária mínima de 300 e 200 horas semanais, respectivamente. Já a estratégica faz 100 horas por semana, no mínimo.

*Com informações da Secretaria de Saúde

Por Painel da Cidadania

Fonte Agência Brasília

Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

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