Já faz quase um mês que o médico rotineiro Leonardo Vieira de Lima pode ser encontrado cinco vezes por semana na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Vicente Pires. Revezando com o segundo profissional do local, ele acompanha a evolução diária dos pacientes e garante a continuidade na assistência, aliviando a demanda dos médicos emergencistas.
Leonardo é clínico geral e destaca que, desde que chegou à UPA, sentiu que sua experiência vinda da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) auxiliou na continuidade do tratamento dos pacientes. “Quando comecei com os rounds multidisciplinares, momento em que discutimos a evolução dos pacientes e os próximos passos a serem tomados, como alta ou transferência, percebi como o meu papel ajudou a agilizar essas decisões”, avalia.
Segundo Leonardo, por muitas vezes, os médicos plantonistas não conseguem fazer esse acompanhamento tão próximo por terem uma carga horária menor e terem que lidar com uma grande demanda de atendimento de porta.
Contratados pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) e em atuação há um mês, os médicos rotineiros trazem experiência em clínica médica ou como intensivistas — especialistas no atendimento de pacientes críticos. Eles atuam para promover maior agilidade e segurança no cuidado à população do Distrito Federal, em parceria com os profissionais que já fazem parte do dia a dia da unidade. Com carga mínima de trabalho de 30 horas semanais, os novos médicos também auxiliam na gestão de leitos, orientam os planos terapêuticos, definem critérios para internação e alta, e colaboram para o uso mais eficiente das vagas disponíveis.
De acordo com a gerente geral de assistência das UPAs, Ana Patrícia de Paula, a atuação destes profissionais melhora a organização do trabalho e qualifica a gestão do cuidado. “A presença contínua do médico rotineiro permite uma visão mais integrada da situação dos pacientes, facilita a comunicação entre as equipes e resulta em maior qualidade assistencial. Além disso, contribui diretamente para reduzir o tempo médio de permanência nas unidades”, afirma.
Mais giro de leitos
Na UPA de Vicente Pires, os resultados já são perceptíveis. A unidade teve um aumento de 60,52% no giro de leitos. Anteriormente havia uma média de 35 a 38 pacientes internados por dia. Hoje, a média se mantém entre 10 e 15 pacientes por dia.
“Notamos também uma redução no tempo de espera para o atendimento. Antes, um médico ficava quase 12 horas verificando a evolução de pacientes internados na sala verde. Agora, o plantonista consegue avaliar mais rápido e ir para a porta atender aqueles que aguardam na recepção”, afirma o gerente da unidade, Jackson Teixeira.
*Com informações do IgesDF
Por Painel da Cidadania
Fonte Agência Brasília
Foto: Alberto Ruy/IgesDF