Avaliar os resultados alcançados, compartilhar práticas bem-sucedidas e apontar estratégias para fortalecer a integração entre a Atenção Primária à Saúde (APS) e a Atenção especializada no Distrito Federal foi o foco da Oficina Intermediária de Avaliação da Planificação da Atenção à Saúde, realizada nesta semana pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF).
Entre os participantes, estavam gestores da SES-DF, representantes do Ministério da Saúde, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e da Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP). O chefe da Assessoria de Humanização da SES-DF, Rodrigo Valim, explica que a planificação tem transformado a forma de organizar o atendimento. “Ao estruturar os processos de trabalho, conseguimos garantir que a atenção primária seja, de fato, o ponto central do cuidado. Isso permite ao usuário um atendimento programado, humanizado e articulado com a atenção especializada”, afirma.
Experiências exitosas
A programação contou ainda com a apresentação de nove experiências exitosas desenvolvidas nas regiões de saúde do DF. Entre elas, a da farmacêutica Gabriela da Silva, do Centro de Atenção a Diabetes e Hipertensão (Cadh) da Região Leste, que destaca a importância do acompanhamento farmacêutico no atendimento. Segundo a profissional, o trabalho consiste em reunir orientações da equipe multiprofissional, ajustar prescrições e orientar o uso correto dos medicamentos.
“Percebemos que muitos usuários têm limitações de leitura, visão ou locomoção, e por isso o atendimento é adaptado para que cada um consiga gerir melhor seu próprio cuidado. Essa proximidade gera resultados concretos e pode ser aplicada em diferentes serviços”, explicou.
Avanços da planificação
A Planificação da Atenção à Saúde (PAS) é uma metodologia usada no Brasil para organizar e integrar os serviços de saúde numa Rede de Atenção à Saúde (RAS) coesa, focando nas necessidades dos pacientes e promovendo um cuidado mais eficiente e integral. A metodologia foi implantada no DF em 2016, inicialmente na Região de Saúde Leste, onde nasceu o Centro de Atenção ao Diabetes e Hipertensão (Cadh), hoje referência nacional no cuidado a pessoas com hipertensão e diabetes.
Atualmente, a planificação também abrange as regiões Central, Centro-Sul e Oeste e mais de 80 Unidades Básicas de Saúde (UBSs). A proposta organiza fluxos, otimiza recursos e contribui para que o cuidado chegue ao usuário no tempo certo e no local adequado.
Valim reforça que as mudanças já estão presentes no dia a dia. “Hoje, o usuário recebe um cuidado programado. Ao comparecer a uma UBS, ele não precisa enfrentar longas filas, tem consultas agendadas em horários organizados e encontra um ambiente mais acolhedor. Ele conhece seu médico e o médico o conhece, o que representa a verdadeira humanização do cuidado”, exemplifica.
Para o coordenador da Atenção Primária à Saúde (Coaps) da SES-DF, Afonso Abreu, os desafios enfrentados também abrem oportunidades. “Embora reconheçamos as diferenças entre regiões, como a Oeste e a Leste, é justamente nesse cenário que podemos fortalecer a atenção primária e a especializada. O objetivo é garantir uma rede articulada, acolhedora e eficiente para o usuário, que é o nosso objetivo primordial”, conclui.
*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
Por Painel da Cidadania
Fonte Correio Braziliense
Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde