Dia Mundial da Doença de Alzheimer: rede pública do DF foca em diagnóstico precoce

Mudanças de comportamento e perda de autonomia exigem atenção e diagnóstico precoce

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Mais do que lapsos de memória comuns do envelhecimento, o Alzheimer é uma condição que compromete progressivamente a autonomia da pessoa, transformando a rotina de pacientes e famílias. A doença é a principal causa de demência no mundo.

Lembrado em 21 de setembro, o Dia Mundial da Doença de Alzheimer tem como objetivo ampliar a conscientização e reforçar a campanha global Setembro Roxo — em 2025, o tema “Pergunte sobre Demência e Alzheimer” busca estimular o diálogo, combater o estigma e incentivar a população a buscar informações confiáveis e o diagnóstico precoce.

De acordo com estudo do Ministério da Saúde, cerca de 8,5% da população com 60 anos ou mais convive com a doença, o que representa aproximadamente 1,8 milhão de casos. Até 2050, a projeção é que 5,7 milhões de pessoas sejam diagnosticadas no país com Alzheimer.

Atendimento especializado

Antônio Batista, 86 anos, tem Alzheimer e faz tratamento no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF). Segundo a filha, Fabiana Silva, o acompanhamento é tranquilo. “A gente vem aqui com frequência para ficar de olho na evolução da doença. O atendimento é excelente, sempre fomos muito bem recebidos e acolhidos”, relata.

No Hospital de Base (HBDF), o atendimento é realizado no ambulatório de Neurologia Cognitiva, que funciona às segundas e terças-feiras à tarde e às quartas-feiras pela manhã.

O neurologista Carlos Uribe destaca que reconhecer os primeiros sinais do Alzheimer é essencial. “Muitas vezes os familiares acham que alguns sintomas fazem parte da idade, mas pode ser o início de uma doença que precisa de acompanhamento médico”, alerta. “No início, a pessoa começa a apresentar esquecimentos que atrapalham a rotina diária, como perder objetos com frequência, repetir perguntas, esquecer compromissos e até se perder em lugares conhecidos”.

O Alzheimer não afeta apenas a memória. Com a evolução da doença, surgem mudanças de comportamento, dificuldades para realizar atividades simples e alterações emocionais. Entre os sintomas mais comuns estão: esquecimentos que interferem na vida diária; dificuldade em planejar ou resolver problemas; troca de palavras e perda de vocabulário; alterações de humor e personalidade; desorientação em tempo e espaço; e dificuldade para reconhecer familiares em fases mais avançadas.

“É uma doença que, ao longo do tempo, tira a autonomia do paciente. Ele vai perdendo a capacidade de se vestir sozinho, se alimentar, cuidar da higiene e até reconhecer pessoas próximas. Isso exige dedicação integral da família ou de cuidadores”, observa o neurologista.

Diagnóstico, tratamento e prevenção

O diagnóstico do Alzheimer envolve entrevistas clínicas, testes cognitivos e exames de imagem, que ajudam a diferenciar a doença de outras condições. Embora ainda não exista cura, o tratamento pode retardar a progressão e melhorar a qualidade de vida. Ele combina medicamentos, terapias de reabilitação e acompanhamento multiprofissional com neurologistas, psiquiatras, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e nutricionistas.

Segundo o neurologista, manter hábitos saudáveis ao longo da vida, praticar exercícios físicos regularmente e adotar uma dieta equilibrada e rica em nutrientes são formas de prevenir ou retardar o aparecimento da doença. Além disso, exercitar a memória com leitura e atividades que estimulem o cérebro também é um aliado contra o Alzheimer.

Para Uribe, a conscientização é fundamental para reduzir o estigma e fortalecer o cuidado coletivo. “À medida que a população envelhece, aumentam os casos de Alzheimer. É fundamental preparar a rede de saúde, mas também acolher o paciente e a família com empatia”, destaca.

*Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF)

Por Painel da Cidadania

Fonte Agência Brasília

Foto: Alberto Ruy/IgesDF

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