Estudantes da UnB descobrem no Tai Chi Chuan ferramenta de autocuidado

Um grupo de 30 alunos de enfermagem tiveram uma aula sobre a importância de técnicas alternativas para levar saúde mental para si e a população

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Praça da Harmonia Universal (PHU) se transformou em um ambiente de aprendizado e integração entre um grupo de 30 estudantes de graduação em Enfermagem da Universidade de Brasília (UnB) e a prática chinesa do Tai Chi Chuan. A visita ao espaço, que fica localizado na 104/105 norte, fez parte de uma disciplina do 5º semestre que busca unir ensino e comunidade, apresentando aos futuros profissionais de saúde as práticas integrativas e seus benefícios para o corpo e a mente.

Com 50 anos de existência, a PHU, que foi instituída pelo Mestre Woo, é um marco das práticas integrativas no Distrito Federal. O espaço, que começou como uma iniciativa comunitária simples para oferecer saúde física, mental e emocional, continua a ser um ponto de referência na qualidade de vida na região. Desde o cerrado bruto da década de 1970 até os dias atuais, a praça se tornou um exemplo de mobilização social e cuidado coletivo, pois os moradores e praticantes da arte marcial suave são responsáveis pela manutenção do ambiente.

Dr. Aristein Woo, de 54 anos, médico acupunturista e referência técnica em Tai Chi Chuan da Secretaria de Saúde, liderou a atividade com os estudantes. Ele, que também é filho do fundador da Associação Being Tao (ABT), compartilhou um pouco da história do espaço e da prática. “Meu pai começou a treinar aqui em 1974, no meio do cerrado, porque queria um lugar para se exercitar e cuidar da saúde. Isso chamou a atenção da comunidade, e logo o Tai Chi se transformou em algo coletivo. Hoje, ele não é apenas uma atividade física, mas uma filosofia de vida”, explicou ao Correio.

A professora doutora Ana Beatriz Duarte Vieira, coordenadora da disciplina de Enfermagem na UnB, destacou a importância dessa vivência para os estudantes. “Esses jovens são os futuros cuidadores da nossa população. Eles precisam entender que a saúde vai além do hospital e envolve prevenção, autocuidado e conexão com o outro. O Tai Chi ensina isso de forma prática e profunda”, explicou.  

Os estudantes participaram de um café comunitário e saíram com uma nova percepção sobre saúde. Sibeli Alves, 21 anos, contou sobre sua experiência. “Eu já tinha ouvido falar sobre o Tai Chi, mas só conhecia pelos filmes. Vivenciar isso foi diferente. Percebi que, além de ser uma luta, é uma forma de meditação e de conexão com o nosso interior. Foi muito interessante e enriquecedor”, declarou.

O colega, Eduardo Rodrigues, 20, destacou a relevância da prática para sua futura profissão. “Quando a gente pensa em saúde, a primeira ideia é o hospital, o ambiente de doença. Mas é importante lembrar que o cuidado preventivo também é fundamental. O Tai Chi nos ensina a cuidar da nossa mente e do nosso corpo, e isso reflete no nosso trabalho com os pacientes”, afirmou.

Moradores

Além dos estudantes, a PHU é frequentada por pessoas que encontraram na prática do Tai Chi um estilo de vida. Entre elas está Igara Galvão Revoredo, 94 anos, que descobriu o Tai Chi em 2014. “Eu vim pela curiosidade, trazida por uma amiga. Desde então, nunca mais parei. Essa prática me ajuda a me sentir viva, ativa e em paz. É o que me mantém bem até essa idade”, relatou.

O ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça, José de Castro Meira também compartilhou sua conexão com o espaço. “O Tai Chi Chuan não é só um exercício físico é uma forma de viver, de se conectar consigo mesmo e com a comunidade. Esse espaço tem um espírito que transforma vidas, e o trabalho iniciado pelo Mestre Woo é um legado precioso para Brasília. Estou retomando minhas atividades nos últimos meses, mas vinha aqui muito para me sentir melhor e em paz”, afirmou. 

Por Davi Cruz do Correio Braziliense

Foto: Davi Cruz/CB/DA Press / Reprodução Correio Braziliense

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