Evento Jornadas do Patrimônio Cultural do Distrito Federal discute o futuro do Cerrado

Na 11ª edição do encontro, na Biblioteca Nacional de Brasília, especialistas refletiram também sobre patrimônio cultural

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A Biblioteca Nacional de Brasília foi palco, nesta sexta-feira (29), do encerramento da 11ª edição das Jornadas do Patrimônio Cultural do Distrito Federal. Com o tema Cerrado: raízes, pegadas e percursos, o evento propôs uma imersão técnico-científica, educativa e cultural, destacando a importância do bioma Cerrado como parte da formação sociopolítica e cultural do Distrito Federal.

O tema das Jornadas de 2024 propõe uma reflexão sobre o Cerrado em três dimensões: a ocupação humana ao longo de 10 mil anos, com diferentes formas de organização social; as transformações que o bioma sofreu e produziu nas relações humanas; e as possibilidades de futuro, considerando os desafios ambientais, sociais e econômicos que impactam o território de maneira desigual.

A programação do dia, das 9h às 18h30, inclui apresentações culturais, mesas de discussão e reflexões que abordam o Cerrado sob perspectivas históricas, ecológicas e sociais. A abertura foi marcada por uma apresentação do Trio Pé de Serra.

Pela manhã, foi realizada a mesa Raízes do Cerrado – viver antes de Brasília, sobre a ocupação humana do bioma, que remonta a 10 mil anos. A mesa Pegadas na terra vermelha – relações entre humanos e Cerrado discutiu a interação entre as transformações do ecossistema e a ação humana.

No período da tarde, a mesa Percursos (im)possíveis – Futuros do Cerrado e de suas gentes encerra os debates com uma análise sobre as implicações da mudança climática, a exploração econômica e os desafios de conservação do bioma. Para o encerramento está previsto o espetáculo teatral Maria das Alembranças, apresentado pela Casa Moringa.

Patrimônio Cultural

Organizadas pela Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF), por meio da Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (Subin), as jornadas foram instituídas no calendário oficial do DF pela Lei nº 5.080/2013. Em 2024, a programação incluiu oficinas regionais em São Sebastião, Taguatinga e Núcleo Bandeirante, envolvendo 44 participantes, entre professores e servidores da educação.

“Essa iniciativa une três instituições para promover a consciência sobre a educação patrimonial e a conservação do patrimônio cultural de Brasília. O encontro que realizamos hoje é o fechamento de um ciclo de encontros regionalizados que desenvolvemos ao longo do ano com as 14 regionais de ensino, fortalecendo o diálogo sobre os bens culturais da nossa cidade”, explicou Érica Soares, diretora de Educação em Tempo Integral da Subin.

Ela também detalhou as atividades realizadas com os professores nas regionais de ensino: “Promovemos oficinas em quatro polos, onde os professores reconhecem o território, exploram o patrimônio local e criam percursos pedagógicos que podem ser aplicados nas escolas. Essas oficinas integram os territórios culturais, permitindo que estudantes conheçam espaços emblemáticos como o Museu Nacional da República, o Memorial dos Povos Indígenas e o Catetinho”, destacou.

Érica comentou, ainda, sobre a relevância do desenvolvimento das ações de educação patrimonial. “Este ano foi publicado o livro Arqueologia e os Primeiros Habitantes do Distrito Federal, com apoio do Iphan, em parceria com o Banco de Brasília (BRB), que custeou a publicação. Essa união de esforços entre diferentes entidades é fundamental para fortalecer a preservação do patrimônio e enriquecer a formação cultural de nossos estudantes”, afirmou Érica.

Parcerias

A ação é fruto de uma parceria da SEEDF com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e com a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O projeto busca promover a educação patrimonial e a preservação das referências culturais e ecológicas do Cerrado.

O subsecretário de Difusão e Diversidade Cultural da Secec, Felipe Ramón, ressaltou a essência interdisciplinar que marca Brasília desde a fundação. “Brasília nasceu transversal, reunindo os maiores especialistas, das ciências exatas às artes visuais. O tombamento da cidade, no final dos anos 1980 e início dos anos 1990, trouxe novos desafios para essa transversalidade, com sobreposições de tombamentos e registros de patrimônio material”, explicou.

Para Felipe, essa cooperação é a essência da cidade e do trabalho pela preservação do patrimônio cultural. “Brasília foi fundada com base na colaboração entre diferentes setores. Essa cidade só existe porque pessoas de diversas áreas e correntes de pensamento se uniram em torno de um bem comum. É essa inspiração que nos move a trabalhar cada vez mais pela proteção e valorização do patrimônio cultural do Distrito Federal”, destacou.

O coordenador técnico do Iphan DF, Maurício Goulart, também ressaltou a importância das parcerias: “Apesar dos desafios, nossas equipes, valorosas e engajadas, não mediram esforços, criatividade e energia neste projeto”.

*Com informações da Secretaria de Educação

Por Agência Brasília 

Foto: Mary Leal/SEEDF / Reprodução Agência Brasília 

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