De longe, parece um pedaço de rapadura. De perto, perigo à vista, muito perigo, uma pedra de crack. Mostrar para a população como identificar os perigos do vício em entorpecentes é o trabalho dos agentes da Polícia Civil que integram o Centro Piloto de Educação e Prevenção ao Uso de Drogas e Violências.
Para ajudar nessa tarefa é usado o museu itinerante da corporação, um ônibus adaptado para a educação de combate às drogas e à violência, que nesta semana está estacionado atrás da Feira Permanente de Samambaia.
Essa é uma das atrações do projeto Cidade da Segurança Pública, evento realizado com a participação de várias forças de segurança do DF ligadas ao programa SSP DF Mais Seguro, que acontece até sábado (31) naquela cidade e oferece vários serviços.
Dezenas de moradores de Samambaia buscaram os atendimentos das polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, Detran, Administração Penitenciária e Polícia Rodoviária Federal. O mutirão contou também com os préstimos da Secretaria da Mulher (SM), DF Legal, BRB, Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Caesb, Neoenergia BSB e Sesi-DF.
Os estandes mais visitados na manhã desta quinta-feira (29) foram o do Detran e o da Polícia Civil. O servidor público Eduardo Andrade, 40 anos, por exemplo, providenciou os RGs do casal de filhos, um com sete anos e outro com 11.
“Com seis anos de idade já é interessante as crianças tirarem o RG por conta de viagem, evita de ficar andando com um monte de papelada, documentos que podem se perder”, comenta. “Bem bacana essa ação, a população precisa muito, tanto que nem consegui marcar para hoje devido à grande procura”, conta.
Já a aposentada Maria Delva Feliciano, 65 anos, resolveu pendências com o Detran. Em poucos minutos, ela colocou em dia o licenciamento do carro e renovou a identidade. “Vou fazer uma viagem ao exterior e é exigido que o RG tenha no mínimo dez anos. Como a minha já era antiga, aproveitei que estava aqui e resolvi tudo”, relata.
“No dia a dia, fica bem difícil de resolver essas coisas, fiquei sabendo desse evento e foi uma mão na roda, rapidinho revolvi minhas coisas. O GDF está de parabéns por essa iniciativa, podia ter mais vezes por ano, muita gente saiu daqui como eu, com sensação de alívio”, diz Maria Dalva.
“Este é um projeto itinerante com características que vão ao encontro da orientação do governador Ibaneis Rocha, de se fazer um governo cada vez mais horizontal e próximo da população. Esta proximidade se estende aos agentes de segurança pública da região escolhida para receber a ação”, observa o secretário de Segurança Pública, delegado Júlio Danilo.
Qualidade de vida
As últimas edições da ação foram em Planaltina e Ceilândia. A ideia é que as ações do Cidade da Segurança Pública sejam regulares, a cada 45 dias. O próximo encontro será no Gama, em setembro. A magnitude de um evento como esse, de acordo com o subsecretário de Prevenção à Criminalidade, Sávio Ferreira, é norteado por pesquisas sobre os índices criminais de uma RA.
“Ofertamos serviços e ações que sejam consideradas de prevenção à criminalidade. A gente entende que a melhoria dos índices passa por melhor qualidade de vida. Então, é importante atividades que promovam a identificação das pessoas, além de palestras motivacionais falando sobre a violência doméstica e familiar, além de orientações de trânsito”, explica Ferreira.
Conscientização
Teatro e palestras também fizeram parte das atrações. Tia da pequena Luíza, Meire Jeane dos Santos, 34 anos, fez questão que ela assistisse a uma pequena peça sobre conscientização no trânsito, realizada pelo Detran. “Acho importante os pequenos aprenderem sobre o tema desde cedo”, avalia a atendente. “Ela reclama muito, não gosta de usar cinto ou andar na cadeirinha, agora aprendeu a necessidade dessas proteções”, garante.
A PM, por meio do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), também distribuiu materiais explicativos, como cartilhas, panfletos e adesivos, acompanhados de brindes, como camisetas e bonés. Para o Sargento Marcos Ferreira, o trabalho de conscientização e prevenção é fundamental no combate às drogas e à violência doméstica e no trânsito. “Desde 1998 fazemos esse trabalho de conscientização com as crianças nas escolas públicas e particulares, ações como essas ajudam a aproximar a sociedade da PM”, comenta.
Por Agência Brasília com informações de Sueli Moitinho
Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília