“Estamos com muito medo. Estou aqui para morrer do coração. Muito aflita porque não sei o que vai acontecer com meus parentes”, disse ainda ela.
Nesta quinta-feira (15), Juma publicou novo vídeo relatando que a balsa havia se afastado da aldeia.
“Foi muito rápido. Quando saíram de manhã para o castanhal, não tinha mais [balsa]. Era uma balsa de dois andares. Equipamentos grandes e caros. Tem grande financiador atrás disso”, disse ela.
O Ministério Público Federal no Pará e a deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR), coordenadora da frente parlamentar pelos Direitos dos Povos Indígenas, afirmaram que acompanham a situação e informaram os órgãos competentes. A Polícia Federal e a Funai ainda não se pronunciaram.
O relato surge três dias depois da morte de dois indígenas yanomamis num conflito com membros de outra aldeia acompanhados, segundo relatos, de garimpeiros. “Junto com os garimpeiros, a comunidade Tirei atacou a comunidade Pixanehabi, onde morreram dois yanomamis”, disse o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye´kuana, Júnior Hekurar Yanomami, em vídeo divulgado pelo portal G1.
Segundo ele, os moradores da comunidade atacada são contrários ao garimpo, atividade que é ilegal em terras indígenas. “Por isso os garimpeiros deram 80 armas para a comunidade Tirei, incentivando o conflito.”
Por Agência Brasília com informações de Sueli Moitinho
Foto: Folha UOL