De acordo com dados inéditos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o DF é a unidade federativa mais conectada do país. Os dados são da nova Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada nesta última sexta-feira (16), que mostrou que 98,5% dos domicílios da capital tinham tido acesso à internet em 2021.
O percentual do Distrito Federal é maior que todos as outras 26 unidades federativas da União. São Paulo é o segundo colocado com 96,6% de domicílios com acesso à internet, seguido pelo estado de Goiás (95,3%). Mato Grosso e Santa Catarina dividem a terceira posição com 95,1%.
Com 84,4%, o Acre é a unidade federativa menos conectada, conforme indica os dados do IBGE. Os estados do Pará (84,5%), Maranhão (85,0%), Amazonas (85,6%) também registraram percentuais menores que os demais. O PNADC indicou que a média nacional é de 92,8% de conectividade com a internet.
Na última divulgação do PNADC, realizada pelo IBGE em 2019, o DF também já figurava na liderança da conectividade nacional, com 96,7%. São Paulo também era a segunda colocada naquela ocasião e tinha 94,1% de domicílios conectados. Em dois anos, a capital federal cresceu 1,8 pontos percentuais, enquanto que o estado paulista cresceu em 2,5.
Conforme mostra a nova pesquisa, 100% dos domicílios brasilienses eram conectados com a internet através da conexão por banda larga. 93,2% acessaram a internet por meio de uma rede fixa, enquanto que 89,3% logaram por redes móveis. O estudo também indicou que 82,5% utilizaram os dois formatos simultaneamente.
O telefone celular foi a tecnologia preferida dos brasilienses para acessar a internet, sendo utilizada por 99,1% dos domicílios. O microcomputador foi usado por 62,6%, enquanto que 56,7% se conectaram através da televisão. Com 17,6%, o tablet foi o que teve o menor percentual entre os equipamentos.
1,5% dos domicílios do DF não possuem acesso
A nova pesquisa do IBGE aponta que cerca seis mil domicílios – que equivalem a 1,5% das residências do Distrito Federal – não contavam com acesso à internet em 2021. A capital é a que possui o menor número de domicílios sem conexão, e, de acordo com o estudo, o DF conseguiu reduzir pela metade o percentual de 2019, que registrou 3,3% de casas desconectadas.
O IBGE perguntou para os chefes de domicílios do DF, que não possuem internet em suas casas, sobre qual o principal motivador para a falta de conexão virtual. 34,8% dos respondentes disseram não ter interesse no acesso, enquanto que 24,3% alegaram que nenhum morador sabia utilizar a rede.
Já 23,8% dos moradores responderam que o preço do serviço era muito caro para as suas realidades econômicas. Já o custo dos equipamentos tecnológicos foi o principal motivo para a falta de conexão de 2,2% das casas brasilienses. Por fim, 4,7% dos respondentes disseram que a área onde residem não recebiam a internet.
Novas conexões
Um dos domicílios que começaram a ter o acesso entre 2019 e 2021 foi o do estudante Heitor de Sá, de 17 anos, que mora com os seus pais na zona rural de Brazlândia. Segundo ele, a família decidiu instalar uma conexão fixa de internet em maio de 2020, durante o início da pandemia de covid-19. Com o surgimento do ensino remoto emergencial e a interrupção das aulas presenciais na sua escola, o jovem apenas poderia continuar os seus estudos com uma conexão.
“Quando veio o ‘corona’ e a gente teve que ficar longe da escola, meus pais fizeram um grande esforço para trazer uma internet para cá. Só assim eu consegui estudar, porque tudo da escola a gente tinha que fazer com a internet, você morando em chácara ou não”, explica o estudante de Brazlândia.
Heitor relembra que, antes da instalação da rede, ele somente acessava a internet dentro da sua escola ou quando ia na casa de colegas. Segundo o estudante, a falta de conexão é muito prejudicial para os jovens no mundo atual, que acabam perdendo o seu contato com o mundo exterior.
“Como aqui não tinha acesso à internet, até mesmo para fazer coisas mais simples eu tinha que ir usar a rede da escola ou nas casas de alguns dos meus amigos. Era muito ruim, porque eu não podia ficar conversando com meus amigos e nem saber o que acontecia na escola. Sempre me senti muito pra trás de tudo que acontecia”, diz.
Por Redação do Jornal de Brasília com informações de Sueli Moitinho
Foto: Agência Brasil/Reprodução Jornal de Brasília