Casos de ameaça de ataques a instituição escolar geram pânico nas universidades

Através das imagens das câmeras de segurança da UnB, cedidas pela Prefeitura da UnB à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF)

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A segurança foi reforçada nas escolas do Distrito Federal, por conta dos casos de disparos de mensagem nas redes sociais anunciando ataques às instituições de ensino. Entretanto, o pânico foi instaurado e mais casos de disseminação dessas mensagens continuam a acontecer também nas universidades. Nesta quarta-feira (12), um aluno foi preso na Universidade de Brasília, suspeito de ter sido o responsável por mensagens ameaçadoras encontradas no banheiro da Faculdade de Comunicação.

Através das imagens das câmeras de segurança da UnB, cedidas pela Prefeitura da UnB à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o autor pode ser identificado.

Em nota, a reitoria da universidade destacou que além de prestar contas à Justiça, o estudante vai responder a processo administrativo disciplinar na Universidade. “A Administração Superior está avaliando, ainda, a adoção de medida cautelar, como suspensão preventiva enquanto durar o processo administrativo. Também serão feitas diligências para averiguar a participação de eventuais colaboradores dentro do ambiente universitário”.

As aulas da UnB seguiram normalmente na quarta-feira (12). E um esquema de reforço na segurança foi estabelecido. “Incitações ao crime e ações de intolerância, violência e preconceito não são e jamais serão toleradas na Universidade de Brasília”, finalizou a nota, assinada pela reitora Márcia Abrahão.

No mesmo dia, na Universidade Católica de Brasília, uma desinformação foi desmentida por nota, em que a universidade explicou que o Corpo de Bombeiros Militar do DF compareceu à faculdade para resolver uma situação específica de uma pessoa assistida pela instituição. E como parte de ações preventivas da instituição, a UCB solicitou a Polícia Militar do DF para realizar rondas dentro das instalações nos próximos dias.

Depois da tragédia na zona oeste em São Paulo, em que quatro professoras e um aluno foram esfaqueados, e do ataque à creche em Blumenau, no Brasil todo, o medo está instaurado. Os disparos das mensagens com possíveis massacres para o mês de abril tem preocupado familiares e estudantes.

A diretora do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro DF), Luciana Custódio, conta que o receio na quarta-feira foi enorme, porque as mensagens estavam circulando sobre ataques que poderiam acontecer. Ela afirma que é preciso ter cuidado, porque muitas pessoas se aproveitam do clima atual no país, com os acontecimentos recentes, para gerar desequilíbrio social. “É assustador, porque sofre toda a comunidade escolar”. Ela questiona, como se cria um ambiente de aprendizagem, se os professores estais em pânico. A escola precisa ser um ambiente acolhedor, não um ambiente de opressão.

Ela acredita que além das medidas de segurança anunciadas pelo governo, é preciso ter uma política preventiva, investida nas áreas de vulnerabilidades sociais, para retirar os estudantes das ruas. “Ter um plano de Estado que estabelece metas para ter escola em tempo integral, como a Escola Parque”, exemplifica. Para ela, os estudantes precisam ser inseridos em um projeto de educação artística, física, musical e completa.

Para ela, essas tragédias não acontecem, elas são causadas por vários fatores. E por isso, Luciana acredita que o governo deveria investir nesse momento na verba emergencial no próprio quadro da Educação. “Inclusive, a partir da segurança armada, é investir no Batalhão Escolar, com policiais com preparo pedagógico para atuar na escola”.

Saiba mais:

O Governo Federal lançou a Operação Escola Segura, um conjunto de ações de prevenção a violência em instituições de ensino. Uma delas é a plataforma Escola Segura, um canal disponibilizado pelo Ministério da Justiça para receber informações sobre ameaças e ataques contra escolas. Por meio da plataforma, que já está ativa, qualquer pessoa de forma anônima pode preencher o formulário para registrar uma denúncia, e as informações são mantidas em sigilo. O canal: www.gov.br/mj/pt-br/escolasegura

Por Evellyn Luchetta do Jornal de Brasílila

Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil / Reprodução Jornal de Brasília

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