Saúde mental de servidores motiva ações da CLDF para reduzir impactos

Em média, apenas em 2024, até setembro, funcionários da CLDF se afastaram de suas funções por 14,8 dias. Em 2023, servidores deixaram de comparecer para tratamento por 1.501 dias

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O número de afastamentos de servidores da Câmara Legislativa para o tratamento de enfermidades ocasionadas por problemas de saúde mental tem mobilizado o setor médico da Casa, em especial o Núcleo de Saúde Ocupacional (NSOC), que vem desenvolvendo ações para reduzir os impactos do absenteísmo. Durante todo o ano passado, 81 funcionários da Casa se ausentaram por motivos médicos e, em 2024, até setembro, foram 63 os que precisaram deixar temporariamente suas funções para tratamento.

O NSOC trabalha com três objetivos principais para o tratamento da saúde mental dos servidores: a prevenção, o diagnóstico precoce e a intervenção assertiva. Todo o trabalho tem, ainda, o apoio do Setor de Saúde e Qualidade de Vida (SASQ), por meio de seus assistentes sociais.

Segundo a assessoria da Câmara Legislativa, é disponibilizado para os chefes de unidades treinamento para a criação de ambientes de trabalho inclusivo e harmonioso, respeitando as características individuais dos colaboradores, além de estrutura física para o bom desenvolvimento de suas tarefas. Ainda há o CLDF Saúde, que é o plano de saúde que apoia os servidores, com profissionais credenciados, inclusive, na área de tratamento psicológico e psiquiátrico.

Outro ponto de destaque é o trabalho para o diagnóstico precoce, considerada pelo setor de saúde uma das metas das ações. As ações são permanentes, de acordo com o Setor de Saúde, e são desenvolvidos pelos assistentes sociais da Casa. Para tanto, são realizados exames periódicos no mês de aniversário dos servidores, com a função de identificar transtornos mentais em sua fase inicial.

Para essa função, o Núcleo de Saúde Ocupacional conta com três psicólogos do quadro permanente, que se revezam durante o horário regular da Câmara Legislativa. Os atendimentos são realizados com horário marcado ou em casos de urgência clínica. “Recentemente a CLDF realizou um grande inventário entre os seus colaboradores para identificar pessoas em situação de risco de adoecimento, com enfoque especial para as patologias psíquicas”, afirma o Setor de Saúde da CLDF.

Por fim, a Junta Médica Oficial da Casa, formada por médicos do quadro da Câmara Legislativa realiza, ainda, a intervenção assertiva, que consiste em realizar o diagnóstico dos pacientes com problemas de saúde mental. Ele é realizado pelo grupo responsável por conceder as licenças e realizar os encaminhamentos para outros profissionais. “Os psicólogos clínicos da Casa são acionados e iniciam o atendimento psicoterápico, encaminhando, posteriormente, os servidores para profissionais em saúde mental da rede credenciada.”

Além do diagnóstico assertivo, dado pela Junta, o SASQ avalia os aspectos sociais do servidor, que podem levar ao adoecimento do mesmo. Caso necessário, na avaliação dos assistentes sociais, é feita a mediação de conflito.

“Ao término das licenças médicas, os servidores retornam ao trabalho. Sempre que necessário, os médicos do trabalho recomendam a aplicação de restrições médicas, com o objetivo de permitir ao servidor o exercício de suas atividades com o máximo de conforto e segurança. Os casos que demandam mais atenção são acompanhados pelos psicólogos clínicos do Núcleo de Saúde Ocupacional (NSOC) e pelos assistentes sociais do Setor de Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho (SASQ)”, detalha o setor de saúde da CLDF.

Preocupação

A partir de agosto de 2022 os dados sobre a saúde mental dos servidores da Câmara Legislativa passaram a ser tabulados, com a implantação do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP). Segundo dados do Setor de Saúde da Casa, entre agosto e dezembro daquele ano, 28 servidores se afastaram do serviço por problemas envolvendo a saúde mental. Em todo o ano de 2023, o número saltou para 81 servidores afastados, enquanto em 2024, até setembro, são 63 abstentos.

Em 2022, no período mencionado, as ausências para tratamento relacionado à saúde mental foram de 508 dias, uma média de 13,7 dias por servidor. Em 2023 foram 1.501 dias de absenteísmo, com média de 12 dias para cada servidor. Neste ano, a média de dias por funcionário da CLDF subiu para 14,8 dias, totalizando 1.277 dias totais.

A assessoria da Câmara Legislativa informou que apenas um servidor não retornou ao trabalho, após o termino da licença médica.

Por Suzano Almeida do Jornal de Brasília

Foto: Silvio Abdon/Agência CLDF  / Reprodução Jornal de Brasília

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