No último fim de semana, o atleta de kung fu Ledio Laboissiere Pacheco, 49, representou o Brasil no Campeonato Mundial de Artes Marciais na Argentina e voltou ao Distrito Federal com a medalha de bronze no peito. A conquista é fruto do esforço do profissional, que contou com o apoio do Governo do Distrito Federal (GDF) por meio do programa Compete Brasília, criado para incentivar a participação de atletas e paratletas de alto rendimento das mais diversas modalidades em campeonatos nacionais e internacionais por meio da concessão de passagens – por transporte aéreo ou terrestre.
Inspirado nas artes marciais pelos filmes do Bruce Lee, dos quais é fã desde adolescente, o atleta começou a treinar em um espaço público mantido pela Administração Regional do Guará quando tinha 17 anos. Atualmente, ele é faixa preta no 4º dan – graduação das artes marciais que corresponde a um nível específico de habilidade -, enquanto concilia seu tempo entre os treinos, a família e o trabalho no Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), onde atua há 11 anos.
Na competição da Argentina, Ledio participou de várias categorias, incluindo a disputa com armas como o facão chinês – na qual alcançou o quarto lugar. Competindo com os mestres do 3º dan para cima, ele conquistou o pódio. “Foi maravilhoso poder representar o país no meu primeiro campeonato internacional e já poder trazer uma medalha de bronze”, relata. “Não trouxe medalha nas outras, mas também foi uma experiência maravilhosa – foi um campeonato em que pudemos conhecer Buenos Aires. Levamos alunos de programas sociais que não têm condições de fazer uma viagem, e, a partir do Compete, isso foi possível”.
Acesso a competições
O auxílio do programa do GDF, ressalta ele, foi crucial, pois as despesas com a inscrição e credenciamento somaram mais de 160 dólares, além do custo elevado com alimentação durante a estadia na Argentina. O esportista já participou de outros campeonatos nacionais por meio do Compete Brasília. “É um programa que deu certo e tem ajudado muitos atletas de Brasília”, aponta. “A cobertura das passagens faz muita diferença, porque não é a única despesa que temos. Percebemos que a maioria das pessoas que foram tiveram que se esforçar com campanhas e rifas para conseguir o custo adicional”.
Para se inscrever no Compete Brasília, não há limite de idade nem exigência de comprovação de renda. O acesso é gratuito, mas existem pré-requisitos, como ser um atleta federado.
As solicitações devem ser cadastradas com prazo máximo de 40 dias antes da data prevista para o início de competições nacionais e, no máximo, 60 dias antes do início de competições internacionais. A documentação exigida e mais informações estão disponíveis no site da Secretaria de Esporte e Lazer (SEL-DF).
Quadradinho do esporte
Com um investimento no Compete Brasília que passa dos R$ 6 milhões, neste ano, a SEL-DF já atendeu mais de cinco mil atletas, ultrapassando a quantidade acolhida pelo programa em 2023. “Isso mostra que o Compete Brasília tem se tornado de fato uma referência”, assinala Renato Junqueira. “Recentemente recebemos técnicos do Ministério do Esporte que procuram entender um pouco mais sobre esse programa e pensam até mesmo em implementá-lo no governo federal”.
O DF também conta com 12 centros olímpicos e paralímpicos (COPs), com previsão de abertura de um 13º no Paranoá. Nesses espaços são oferecidas atividades gratuitas que atendem principalmente pessoas em situação de vulnerabilidade social. Assim como o Bolsa Atleta, que beneficia competidores de alto rendimento, o Compete Brasília aposta na capacidade dos atletas locais.
Por Jak Spies da Agência Brasília
Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília / Reprodução Agência Brasília