Lei Seca: PMDF intensifica fiscalização e registra aumento de motoristas sob efeito de álcool

Índice de recusas ao bafômetro também subiu nas blitze montadas pelo trânsito da corporação. Pela lei, condutores devem ser autuados mesmo que não soprem o equipamento

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Assim como na música Tropa de Elite, o policiamento de trânsito da PMDF tem se mostrado como “osso duro de roer, pega um, pega geral e também vai pegar você”. Claro, só se você beber e dirigir. Atento ao crescimento do consumo de álcool com direção, o Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran) e os seus batalhões aumentaram proporcionalmente o número de abordagens para coibir a alcoolemia nas vias do Distrito Federal. 

Realizadas com o objetivo de reduzir e prevenir os sinistros no trânsito causados por motoristas embriagados, as Operações Álcool Zero têm sido executadas diariamente pelos militares. Apenas entre a tarde desta quinta-feira (7/11) e a madrugada desta sexta-feira, policiais do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran) abordaram 319 veículos em pontos de bloqueio montados na Ceilândia e na 110 Sul, no Plano Piloto. O que chamou a atenção foi o elevado número de condutores autuados por alcoolemia; 58 motoristas foram flagrados com algum teor de álcool enquanto dirigiam. E todos recusaram soprar o etilômetro, apesar de saberem que seriam autuados da mesma forma, segundo determina a legislação. 

“Ficamos surpresos com a quantidade de notificações de alcoolemia. É inadmissível o uso de álcool ao volante por parte de alguns condutores. Nosso objetivo é flagrar e autuar todos que desrespeitam a lei e colocam em risco a própria vida e a de outros”, afirma o comandante do BPTran, tenente-coronel Carmo. 

De acordo com o oficial, a PMDF vem intensificando cada vez mais as operações para fechar o cerco aos motoristas que insistem em desrespeitar as leis de trânsito o que explica, em parte o maior número de flagrantes. Afinal, quanto maior o número de abordagens, maior a quantidade de autuações. Para Carmo, algumas das razões que explicam o grande número de pessoas que decidem beber e dirigir podem ser a facilidade de comprar bebidas alcóolicas no país e a cultura da impunidade do brasileiro. Contudo, ainda segundo ele, “a tecnologia e a legislação estão mais efetivas e garantem uma fiscalização mais eficiente e a repressão aos crimes de trânsito”. 

O aumento das abordagens também se explica pelo uso de um novo modelo de etilômetro utilizado pela PMDF. Conhecido popularmente como “bafômetro passivo”, ele funciona por proximidade e realiza uma espécie de triagem, agilizando as abordagens e proporciona mais comodidade para os motoristas que não beberam. 

O equipamento funciona da seguinte forma: quando não há vestígios de álcool no ambiente do automóvel, o motorista é liberado sem sair do carro. Somente no caso de pré-teste positivo, o motorista é convidado a fazer o exame no aparelho convencional, aquele em que é preciso soprar na biqueira e que indicará o nível de alcoolemia e as consequências, de acordo com o grau de embriaguez.

Recusa também dá multa

Importante destacar que tanto dirigir sob efeito de álcool – quando o teste do etilômetro aponta o índice de até 0,33 mg de álcool por litro de ar expelido – quanto recusar-se a soprar o bafômetro são consideradas infrações gravíssimas, segundo os artigos 165 e 165-A do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Em ambos os casos, o valor da multa é de R$ 2.934,70, e o condutor responde a processo de suspensão da carteira de habilitação. Se houver reincidência no período de 12 meses, a pena é aplicada em dobro, ou seja, R$ 5.869,40, além da cassação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Quando os motoristas sopram o aparelho e apresentam índice a partir de 0,34 miligramas de álcool por litro de ar expelido no teste do etilômetro são conduzidos imediatamente à Delegacia de Polícia por constituir crime de trânsito. Se condenados, além da multa e suspensão da CNH, eles poderão cumprir de seis meses a três anos de prisão, conforme prevê a Lei Seca, também conhecida como “tolerância zero”.

De acordo com o comandante do BPTran, tenente-coronel Carmo, as operações Força-Conjunta entre a PMDF e os demais órgãos de fiscalização, como Detran-DF, DER-DF e a PRF-DF têm obtido um grande êxito no combate aos crimes de trânsito e, por isso, a tendência é aumentar cada vez mais os pontos de bloqueio em todas as vias e rodovias que cortam a capital federal. 

Por Jornal de Brasília

Foto: Afonso Ventania Bikerrepórter/Jornal de Brasília / Reprodução Jornal de Brasília

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