Insegurança na cama: sex toys ameaçam o ego masculino?

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A dificuldade em atingir o orgasmo é realidade para muitas pessoas, que, frequentemente, procuram os sex toys para ajudá-las nessa jornada de autoconhecimento. Uma pesquisa do aplicativo de relacionamento Ysos revelou que, entre 1,5 mil usuários, 54% dos homens são resistentes aos brinquedos sexuais e, boa parte deles, alega que não gostaria de colocar a performance sexual em xeque em uma possível comparação. 

Para Mayumi Sato, CMO do Ysos, embora esses produtos sejam um complemento no sexo, não é raro encontrar homens com essa opinião: “O que a gente percebe é que ainda é uma cultura falocêntrica, que limita as experiências sexuais uma vez que os envolvidos deixam de aproveitar novas maneiras de sentir prazer”.

A pesquisa também destacou que o uso de sex toys em relações com mais de duas pessoas é bastante comum. Entre os perfis de homens, mulheres e casais,  55% dos respondentes já incrementaram o sexo com brinquedinhos.

Esse é o caso de M*, que argumenta que os brinquedos podem trazer sensações novas dentro do ato sexual em casal. Ele os utiliza com a parceira, com quem está junto há dois anos: “Nós usamos esporadicamente, e é bom tanto para ela quanto para mim, porque pode me estimular também. É legal tanto pelo estímulo físico quanto por ser uma novidade.” O casal já utilizou dildos, vibradores, masturbadores, plugs anais e sondas penianas, brinquedos que M* não expressa medo nenhum da substituição por demonstrar confiança na relação.

Entretanto, o medo dos brinquedos pode sim ter um embasamento racional: a mesma pesquisa também mostra que 60% das mulheres já tiveram dificuldade para gozar. Para F*, mulher bissexual, o sexo com homens é consideravelmente frustrante pelo fato de que a maioria dos parceiros não se importam em agradá-la: “Os homens só ligam para eles mesmos, eu quase nunca gozo. Já sugeri o uso de brinquedos com um ex, mas parecia que eu estava propondo uma traição. Ele ficou ofendido perguntando se o pênis dele não era o suficiente – e não, não era (risos).” 

J* integra a comunidade de homens que temem serem substituídos pelos brinquedos sexuais, justificando que a prática descarta a presença masculina: “Antigamente, a gente tinha um papel, uma função. Agora, vem essa tecnologia toda e viramos um acessório opcional? Como é que eu vou competir com um negócio que nunca cansa, nunca falha e ainda vem em versões melhoradas todo ano? A gente tem defeito, tem dia ruim… Esses negócios não.”

No fundo, esse medo pode revelar uma insegurança e a falta de entendimento sobre desejo, conexão e autonomia feminina.

Cuidados 

A educadora sexual e antropóloga Loren Kaizal enfatiza que a regra principal para o compartilhamento de objetos durante a transa é o uso de preservativos. “Um estudo publicado em 2014, conduzido pela Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, observou a presença do vírus HPV em vibradores de silicone. Os resultados indicaram que 40% das amostras positivaram mesmo 24 horas após o uso e a limpeza”.

Sugestões picantes

Dona da sex shop Brilho Proibido, Amanda Carvalho sugere alguns brinquedos: o anel peniano com vibrador provoca uma compressão na base do pênis enquanto massageia o clitóris durante a penetração; o vibrador em cápsula é perfeito para quem quer se aventurar com mais de uma pessoa, pois pode ser controlado por aplicativo de celular e interage com diversos usuários, inclusive à longa distância; o vibrador para casais (Letitia) se encaixa no canal vaginal e no clitóris ao mesmo tempo.

Por Bianca Lucca do Correio Braziliense

Foto: Freepik / Reprodução Correio Braziliense

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