Criada em 1991, a Maratona Brasília é uma tradição que se renova todo ano

Com 6 mil atletas inscritos, o número de participantes na corrida deste ano superou o de 2024, que contou com um pouco mais de 5 mil. Além do foco em qualidade de vida, para 2026 está prevista uma grande feira de material esportivo

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Foi uma manhã digna do aniversário da capital do país. A Maratona Brasília reuniu 6 mil atletas (outros mil na pipoca) e superou o número de participantes do ano passado. Em 2024, a corrida contou com 5 mil inscritos. A largada aconteceu ao lado do Museu Nacional, na Esplanada dos Ministérios, e o percurso passou por grandes pontos turísticos de Brasília, como a Catedral e a Praça dos Três Poderes. 

Desde a primeira edição, em 1991, a Maratona Brasília, que agora faz parte do calendário oficial da capital, tornou-se um símbolo de superação e resistência, desafiando atletas a percorrerem as principais vias da cidade. A maratona foi prestigiada pela vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), e por autoridades, que também correram, como o secretário de Cultura e Economia Criativa, Cláudio Abrantes; o deputado distrital Fábio Félix (Psol) e o deputado federal Júlio César (Republicanos).

A competição deste ano foi a terceira edição consecutiva após 25 anos de hiato. Os corredores fizeram percursos de 3km, 5km, 10km, 21km e 42km. Foram dois dias de prova, domingo e ontem. O grande campeão masculino dos 42km foi Renilson da Silva, que completou a prova em 2h29. Na categoria feminina, a competição registrou o bicampeonato da corredora profissional Juliana Pereira, que concluiu a competição em 3h10. A maratona promoveu dois desafios, que se completaram nos dois dias: o Desafio JK (21km/21km) e o Desafio BSB 65 anos (21km/42km).

Um pouco antes do sol nascer, às 5h30, o tiro de abertura foi dado para o percurso de 42km. Às 6h, largaram os competidores da meia maratona. Por fim, às 6h30, a competição teve início para os percursos de 3km, 5km e 10km, também em frente ao Museu Nacional. Todos os participantes inscritos receberam o kit atleta, com uma camiseta, sacola esportiva, número de peito e medalha pós-prova.

“Retomamos a tradição de realizar a maratona todos os anos e, neste ano, tivemos número recorde de participantes. É uma festa muito bonita para comemorar dois aniversários importantes, o de Brasília e o do Correio Braziliense“, destacou o presidente do jornal, Guilherme Machado.

O assessor de relações institucionais do Correio, Miguel Jabour, classificou a Maratona Brasília de 2025 como a melhor das 13 edições em que ele esteve à frente da organização. “Brasília comprou a ideia da maratona. É a festividade esportiva mais importante do aniversário da cidade. E essa edição é simbólica, por acontecer na data em que comemoramos dois aniversários importantes”, destacou. “Para o ano que vem, vamos fazer uma maratona maior ainda, com uma feira de material esportivo e um espaço maior em termos de arena”, adiantou.

Jabour salientou que a maratona gera um atrativo econômico para a cidade. “Várias pessoas vêm para a cidade, passam de três a cinco dias, frequentam bares, restaurantes e ocupam os hotéis. A maratona não é só corrida, ela gira a economia da cidade em um evento”, completou.

Além de atletas com histórias de superação, a prova registrou participantes de vários estados do Brasil, que vieram a Brasília para celebrar o aniversário da capital e disputar a prova. Maria Xavier, de 55 anos, correu pela primeira vez uma meia-maratona e descreveu a experiência como algo “inexplicável”. “É um sentimento que só é possível compreender vivendo”, disse ela. Natural de Ceres (GO), ela veio especialmente para o evento. Pessoa com deficiência física, Maria explica como a corrida representa uma grande superação pessoal, e que sua expectativa era simplesmente concluir a prova e se sentir vitoriosa por isso. Em homenagem ao aniversário da cidade, ela deixou uma mensagem especial. “Parabéns, Brasília. O aniversário é seu, mas quem comemora e ganha somos nós”, afirmou. 

Promovido pelo Correio Braziliense, em parceria com Arena Comunicação, Clube FM e TV Brasília, o evento contou com o patrocínio do Banco de Brasília (BRB) e com o apoio do Exame Medicina Diagnóstica, Decathlon, Neoenergia e da gráfica Positiva, além da parceria com a Secretaria de Esporte e Lazer, e realização da Social Prevencionista.

Missa

Às 10h dessa segunda-feira (21/4), o arcebispo dom Paulo Cezar realizou uma missa em ação de graças a Brasília na Catedral Metropolitana. A cerimônia, que também celebrou os 65 anos da Arquidiocese de Brasília, reuniu cerca de 3 mil pessoas. A consternação pela morte do papa Francisco marcou a celebração pelo aniversário da capital. “Estamos aqui hoje, 65 anos depois, comprometidos a construir uma cidade mais humana, que é nossa casa, mais inclusiva e mais bonita. É preciso que cada geração se comprometa, cada vez mais, a construir uma cidade acolhedora”, declarou.

Brasília, segundo dom Paulo, tem vocação para ser a cidade de esperança. “Ela (a capital) nasce do sonho de Dom Bosco. Ela nasce para ser a capital, onde os poderes decisórios da República estão aqui. Como capital, não pode perder a capacidade de produzir grandes sonhos para o Brasil e para o povo brasileiro. Sonhos de inclusão para todos, de justiça, de desenvolvimento, de segurança”, completou. Sobre a Arquidiocese, dom Paulo comentou: “É uma igreja viva, missionária, que foi crescendo com a cidade. Nós somos, hoje, 167 paróquias, mais de 400 padres. É um legado vivo.”

Por Mila Ferreira, Letícia Mouhamad e Ana Carolina Alves do Correio Braziliense

Foto:  Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados / Reprodução Correio Braziliense

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