Evento debate cuidados e responsabilidades com a pessoa idosa

Seminário discutiu desafios da longevidade e a importância da atuação conjunta da família, do Estado e da sociedade

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Com uma população idosa que cresce rapidamente no Brasil, o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) promoveu, nesta quarta-feira (16), um seminário para discutir como família, Estado e sociedade podem compartilhar a responsabilidade pelo cuidado e pela dignidade na terceira idade. A iniciativa fez parte das comemorações pelo Dia Internacional da Pessoa Idosa, celebrado em 1º de outubro.

O encontro foi realizado no Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Santa Maria e começou com a apresentação cultural do coral da Associação Maria da Conceição, que encantou o público com canções sobre convivência e valorização da terceira idade. A programação reuniu especialistas para debater diferentes aspectos do envelhecimento e do cuidado à pessoa idosa.

A fisioterapeuta Juliana Gai Vieira Cunha abriu os debates com o tema A família como protagonista do cuidado. Em seguida, a assistente social Jamila Trevizan Teixeira destacou o papel do Estado na efetivação dos direitos previstos no Estatuto do Idoso e nas políticas públicas de assistência social e saúde.

A terapeuta ocupacional Michelle de Menezes Carlos falou sobre autonomia e corresponsabilidade da pessoa idosa no cuidado de si, enquanto a assistente social Thayane Duarte Queiroz encerrou o ciclo de palestras com uma reflexão sobre cuidado intergeracional e a construção de uma cultura de respeito e solidariedade.

Para Léia Tibério, chefe do Serviço Social do HRSM e idealizadora do seminário, o encontro reforça a importância de fortalecer a rede de proteção à pessoa idosa. “Precisamos olhar com mais atenção para essas pessoas, público que cresce a cada ano. Muitas vezes faltam políticas públicas e preparo profissional para lidar com essa realidade”, destaca.

Rede de proteção

A mesa de abertura reuniu autoridades e representantes de órgãos públicos, que destacaram a necessidade de discutir o envelhecimento ativo e a atuação conjunta na defesa dos direitos da pessoa idosa.

A representante do Ministério Público da União (MPU), Solange Maria da Silva Félix, explicou que o órgão atua na perspectiva da tutela coletiva, garantindo dignidade e acesso aos serviços para todas as pessoas idosas. Roberta de Ávila e Silva Porto Nunes, da Defensoria Pública do Distrito Federal, reforçou que os serviços públicos e o sistema de justiça precisam atuar de forma integrada. “O envelhecimento é plural e não podemos deixar que apenas a família assuma a maior parte da responsabilidade”, explica.

Representante da Central Judicial do Idoso do DF, Alexandre Pereira Fonseca, ressaltou que a sociedade ainda está aprendendo a lidar com a longevidade. “Envelhecer é um aprendizado coletivo, e todos devem caminhar juntos para garantir vidas com dignidade”,
 afirma.

Crescimento da população idosa

Os números reforçam a urgência do debate. Segundo o IBGE, a proporção de idosos (60 anos ou mais) no Brasil quase dobrou entre 2000 e 2023, passando de 8,7% para 15,6%. A expectativa é que, em 2070, cerca de 37,8% da população seja idosa.

A superintendente do HRSM, Eliane Souza de Abreu, destacou a importância de encarar o envelhecimento como uma conquista. “As madeixas grisalhas encantam e trazem saber. O respeito e o cuidado não são opcionais, são essenciais”, afirmou. Everardo Aguiar, do Coletivo Envelhecença, convidou o público a refletir sobre o sentido mais profundo de envelhecer. “O que alimenta a longevidade não está nas prateleiras do supermercado. É o ideal, o amor, o sonho de uma sociedade mais justa”.

Integração e compromisso

O seminário reuniu profissionais de saúde, gestores, estudantes, assistentes sociais e representantes da sociedade civil, incluindo idosos, em um espaço de escuta, aprendizado e troca de experiências. Adriune Tavares, coordenadora do CRAS da Cidade Ocidental (GO), exemplificou a relevância prática do evento. “Esse tipo de encontro amplia a consciência sobre o autocuidado e o papel de cada um na valorização do idoso”, declara.

*Com informações do IgesDF

Por Painel da Cidadania

Fonte Agência Brasília

Foto: Divulgação/IgesDF
 

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