Aguardada por vendedores que buscam lucrar e por consumidores que desejam economizar, a Black Friday deste ano, que acontecerá no dia 25 de novembro, deve movimentar em peso o comércio do Distrito Federal. Apostando em promoções chamativas e em uma publicidade eficiente, os lojistas da capital esperam conseguir um bom faturamento na data comercial.
Segundo uma pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomercio/DF), é esperado que a Black Friday deste ano possa movimentar R$ 193 milhões no comércio distrital. De acordo com o estudo, houve um aumento na adesão de novos lojistas à data, cujo principal objetivo é vender os produtos com desconto para renovar os estoques antes da chegada do Natal.
Neste ano, o índice de participação das empresas de 29 segmentos do comércio chega a 90,4%. Em comparação, no ano passado havia uma expectativa preliminar de 77,5%, mas, conforme foi atestado em um levantamento realizado no período posterior às vendas, o número foi superior em sete pontos percentuais, atingindo 84,71%.
“Esse é o quinto ano seguido em que a maioria dos lojistas participa da Black Friday. Já a consideramos uma data incorporada ao calendário do comércio, que abre a temporada de compras natalinas. É um bom momento para que os consumidores possam adquirir presentes com descontos vantajosos”, explicou o presidente da Fecomércio/DF, José Aparecido Freire.
Expectativa de faturamento médio é de R$ 42,7 mil
A pesquisa da Fecomércio, que ouviu 502 lojistas entre os dias 14 de setembro e 10 de outubro, também atestou que a maioria dos empresários consideram a Black Friday como uma data de média importância (46,8%). Outros 44% disseram que o dia possui uma alta importância, enquanto que apenas 9,2% acham que ela tem uma baixa relevância.
Comparado com o ano passado, houve uma diminuição do número de empresários que consideram a Black Friday como um dia de alta importância. Na pesquisa realizada em 2021, foi constatado que 53,68% dos lojistas reconheciam uma elevada relevância para o comércio, o que mostra um recuo de quase sete pontos percentuais.
A Fecomércio também afirma que a expectativa de faturamento médio também registrou um aumento comparado ao ano passado. Em 2022, os empresários do comércio buscam arrecadar cerca de R$ 42,7 mil na Black Friday. Em 2021, a previsão era de R$ 38,7 mil. Em um levantamento feito no pós-vendas, o valor registrado foi de R$ 31 mil.
Em busca do alto faturamento, 67,5% dos entrevistados pela Fecomércio disseram que irão utilizar alguma estratégia de vendas, sendo elas o anúncio de promoções (33%), divulgação em redes sociais (18,7%) e a diversidade de produtos (16,9%). Cerca de 97,4% dos lojistas esperam vender mais através das lojas físicas, enquanto que apenas 2,6% esperam ter um maior fluxo de consumidores por meios virtuais.
Também foi perguntado pelos pesquisadores sobre quais meios de pagamento os lojistas mais esperam realizar as suas transações com os consumidores. Cerca de 95% disseram que buscam receber através do cartão, sendo 87% no crédito e 7,8% no débito. Outros 4,8% preferiram a transferência por PIX. Já considerado uma realidade antiga, o dinheiro foi selecionado por apenas 0,4% dos empresários.
Setores de eletrônicos e vestuário devem se sobressair
Em entrevista ao Jornal de Brasília, o presidente da Fecomércio/DF, José Aparecido Freire, explicou que o setor de eletrônicos, que possui um valor agregado mais elevado, deve se destacar durante o faturamento dos lojistas durante esta Black Friday. Além disso, a proximidade ante ao Natal deve fazer com que muitos brasilienses antecipem os seus presentes, comprando desde peças de vestuário a brinquedos.
“Além disso, a Copa deverá aumentar a procura por televisões. A Black Friday também dá início à temporada de compras natalinas. Então, com isso, os produtos mais procurados para o Natal devem entrar na lista dos consumidores, como roupas, acessórios, calçados e brinquedos”, explica.
Aparecido Freire também observa os efeitos do fenômeno da Black Friday – importada ao Brasil pelos Estados Unidos – no calendário comercial brasileiro. No ano passado, a expectativa preliminar de participação dos lojistas foi superada, e neste ano, mesmo com um mês de antecedência do dia 25 de novembro, mais de 90% dos empresários já confirmaram a participação das suas lojas.
Ao brasiliense que deseja aproveitar as promoções para conseguir seus sonhos de consumo por um preço mais barato, o presidente da Fecomércio/DF recomenda uma atenção aos valores ofertados pelas lojas. “Para isso, no entanto, é preciso pesquisar bastante. Essa é nossa dica para aproveitar ao máximo o período de promoções”, conclui.
Uma nova tradição que pode bater recordes
Na opinião do economista César Bergo, conselheiro do Conselho Nacional de Economia do Distrito Federal (Corecon/DF), as previsões da Fecomércio devem ser concretizadas, devido aos bons números que foram registrados em datas comerciais anteriores, como o Dia das Mães, Dia dos Pais e, mais recentemente no Dia das Crianças.
Segundo Bergo, a maioria das compras realizadas na Black Friday são feitas pela internet em empresas que estão localizadas fora do DF. Mesmo assim, o especialista confirma que a economia local deve ser impulsionada por conta dos serviços de locomoção dos produtos. “Movimenta as empresas de transporte e de delivery, então tenha dúvida que esse volume de compras acaba, de alguma forma, influenciando aqui também”, explica.
Uma característica especial deste ano é que mais consumidores devem circular pelas ruas, aumentando as vendas nas lojas físicas. Nos anos anteriores, por conta da pandemia de covid-19, a movimentação era menor, o que deve ser bastante diferente no mês que vem. Para César Bergo, a Black Friday está se tornando uma tradição importante no comércio brasileiro, o que explica o aumento da adesão dos lojistas a cada edição.
“A movimentação da Black Friday é, talvez, um dos dias que só não é superado pelo Natal. No mais, é um dia importante sim. Agora, deve ter um cuidado, geralmente as pessoas já caíram em um jargão popular no tal da ‘black fraude’, onde você não tem realmente os descontos”, conclui o especialista.
Por Redação do Jornal de Brasília com informações de Sueli Moitinho
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasi / Reprodução Jornal de Brasília