O dia de eleições começou com uma grande fila na Escola Classe 03 de Ceilândia, que se formou meia hora antes da abertura das urnas para os eleitores. Apesar da grande concentração, quando a seção se abriu e os cidadãos se dispersaram, a votação foi rápida, permitindo que os ceilandenses aproveitassem o restante do dia no aguardo dos resultados finais.
Uma das eleitoras que aproveitou os primeiros minutos do dia cívico foi a auxiliar de limpeza Maria das Dores, de 58 anos, que acordou cedo para depositar o seu voto de confiança para o próximo presidente da República. “Acordei cedinho e vim logo votar para não pegar as filas. Saindo daqui vou comprar pão para os meus netos que também vão votar de manhãzinha”, disse.
Segundo a eleitora, a escolha de ser uma das primeiras eleitoras a participar do jogo democrático foi para evitar pegar longas filas que, segundo ela, teve que enfrentar durante o primeiro turno. “Eu cheguei aqui às onze e meia e só consegui votar às duas da tarde. Minhas pernas já estavam doendo de tanto esperar”, relata.
Em Sobradinho DF, na Escola Classe 15, as salas de aula estavam vazias e muitas pessoas que chegaram a votar não precisaram esperar nem um minuto para realizar o ato. “Cheguei aqui não tem nem dois minutos e já votei. Agora é esperar o resultado e torcer para que o melhor aconteça”, comenta a enfermeira Maria Ivoneide, de 43 anos.
Em Planaltina, as votações foram marcadas por uma grande abstenção de eleitores nas zonas. No Centro de Ensino Médio 01 de Planaltina, uma das maiores seções da cidade, a escola estava vazia durante o horário de almoço, onde o fluxo foi intenso no primeiro turno.
Segundo uma mesária, até aquele momento, mais da metade dos eleitores ainda não tinham comparecido para votar. A estudante Bianca Santos, de 23 anos, pensou que iria demorar para chegar até a urna, mas teve uma surpresa ao ver que não havia filas. “Quando vim aqui no primeiro turno, demorei muito. Vou voltar pra casa bem mais cedo do que eu esperava”, disse.
Na Escola Classe 01 do Arapoanga, as sessões também estavam sem filas, e pouco parecia que se tratava de um segundo turno de eleição presidencial. Quem chegou por lá no início da tarde, não precisou esperar para ir até a urna. Em contrapartida, as ruas do bairro estavam animadas com bandeiras, músicas com alto volume e eleitores ansiosos para saber o resultado da apuração.
No IESB, da L2 Norte, o clima era tranquilo. Muitos eleitores vestidos de verde e amarelo e muitos de vermelho, em manifestação silenciosa. A reportagem não notou nenhuma discussão ou ação ilegal no local durante o período da manhã, além disso, o tempo de espera para entrar nas sessões foi pequeno. Um eleitor de 27 anos, que não quis se identificar, morador do Plano Piloto, contou que ficou menos de 5 minutos na fila: “Foi bem rápido, porque votamos só para presidente agora. No primeiro turno fiquei mais de 15 minutos esperando”. Questionado sobre como se sentia, ele respondeu: “Estou esperançoso para um Brasil melhor, é um dia feliz”.
Uma família que também mora no Plano Piloto, relatou ao Jornal de Brasília que o ritmo de votação foi melhor desta vez. “Cheguei cedo porque achei que estaria cheio, mas as filas estão bem menores do que eu esperava. Agora é só descansar e acompanhar a apuração”, brincou Joana Mello, 35, mãe de Maria Flor, 6. Atualmente desempregada, Joana explicou que perdeu o emprego durante a pandemia, e que agora, vota por um representante que possa aumentar a ofertas no mercado de trabalho, ajudando principalmente aqueles que tiveram uma redução na renda familiar ao longo dos últimos dois anos. A respeito do clima da votação, ela pontuou: “Vi todo mundo se respeitando hoje, espero que continue assim”.
O segundo turno também foi tranquilo no Guará. As escolas eleitorais Elite e Escola Classe 01 estavam com um fluxo fluido de votação sem filas.
Para Leonardo Santos da Silva, 29, gestor de saúde, esse segundo turno está sendo muito desesperador. Entretanto, ele acredita que votar é muito importante, e mais ainda cobrar dos representantes que a população escolhe, depois das eleições. “Não acho legal votar nulo, porque dá poder para terceiros”, comentou. Leonardo achou o segundo turno mais tranquilo em termos de filas, porque não tinha ninguém na seção dele. Foi bem mais rápido que da outra vez, que levei mais de uma hora pra votar”.
A funcionária pública, Ana Verena, 47 anos, acha muito importante votar. “Me sinto orgulhosa de fazer parte da mudança”, declarou. Ela não conseguiu votar no primeiro turno, porque estava viajando, então foi ótimo poder votar no segundo turno, mesmo assim.
Para a comunicóloga Mariana Paiva, 27, votar é muito bom, principalmente para a geração dela. “Ter a oportunidade de poder eleger um candidato, fazendo parte da democracia”, diz. Mariana acredita que foi rápido pra votar nesse dia 30, tanto pelo horário que ela escolheu, quanto pelo fluxo de gente ser menor, já que o segundo turno se tratava apenas de voto para presidente.
Milton Cavalcante, 28, estudante, foi acompanhar Mariana até a seção de votação dela. Enquanto lá estava tranquilo, na escola Classe 03, estava caótico, porque todos os votos foram colocados em trânsito em uma sala só. “Foi muita desorganização”, frisou.
Para Enzo Souza Nascimento, 22, estudante de psicologia, já tinha sido tranquilo votar no primeiro turno, porque nunca teve fila na seção dele. “Foi bem de boa”, comenta. Ele acredita que a população tem que exercer o direito de voto sempre. “Eu não sei se é mais direito ou mais dever, mas é importante que a gente participe”, afirmou.
Na cidade Estrutural, os eleitores formaram pequenas filas em frente as zonas eleitorais. Com a abertura dos portões, as filas não chegavam a ter duas pessoas em cada sala. Não houveram derrame de santinhos nos locais de votação.
No Centro de Ensino Fundamental 2 e na Escola Classe 1 da região, não houveram filas. As votações estavam rápidas e os eleitores não chegavam a gastar três minutos para votarem no cargo da presidência da república.
Por Mayra Dias do Jornal de Brasília com informações de Sueli Moitinho
Foto: Reprodução Jornal de Brasília