Uma forma de socializar e levar diversão. Depois de quatro anos, a Corrida de Reis Mirim retornou, na manhã de sábado (20/1), ao estacionamento do Parque Ana Lídia, para a alegria da criançada. Os percursos variavam de 50m a 300m, com duas pistas de corrida, voltadas ao público de 4 a 13 anos. O encontro, que começou por volta de 8h, teve o recorde de 3 mil participantes — o triplo das edições anteriores, de acordo com a organização.

Na primeira pista, correram crianças de 4 a 8 anos e pessoas com deficiência (PcD). Na pista ao lado, a faixa etária era de 9 a 13 anos. Aline Trancoso Oliveira Viana, 38 anos, acompanhou o filho, Rafael Trancoso, 3, em sua primeira participação em corridas. Para a mãe, incentivá-lo à prática esportiva, desde pequeno, é fundamental para que tenha um bom desenvolvimento na infância.

“Acredito ser muito importante esse tipo de evento voltado para crianças. Estamos vivendo o momento das telas e presenciando a questão da obesidade. Elas precisam de um incentivo ao esporte, lazer e entretenimento, além de cuidar da saúde. Muito bacana estar aqui, foi show trazer ele”, disse a servidora pública.

Antes de marcar presença na Corrida de Reis Mirim, Aline conta que fez uma preparação especial pensando no bom desempenho do filho. Treinos, alimentação saudável e empolgação foram os ingredientes mencionados por ela. A mãe, que também adora esporte e corrida, espera que Rafael continue participando de outras atividades ao longo do crescimento.

Pai coruja, Cláudio Ramos, 38, viu o filho Pietro Ramos, 5, ser um dos vencedores de sua bateria. Contente com o desempenho, o professor de educação física observou em Pietro uma paixão maior por esportes radicais. “Eu e minha esposa sempre incentivamos essas atividades. Ele é mais eufórico, gosta de correr e adora adrenalina”, completou.

Alexandre Picarelli, 54, é o grande apoiador e suporte da filha Antonella Picarelli, 5, vencedora da bateria 11. “É importante estimular, pela quantidade de espaço que tem em Brasília. Esse encorajamento é essencial, desde pequeno, para o desenvolvimento psicológico, mental, físico e muscular da criança”, destaca. A filha, empolgada com a participação, enfatizou: “Estou muito feliz!”.

Inclusão e diversão

O esporte tem como principal característica a união. A capacidade de agregar e criar um ambiente feliz para todos aqueles que estão envolvidos em qualquer atividade. Victor Renato Junqueira, secretário de Esportes do Distrito Federal, acredita que a inclusão de pessoas com deficiência é crucial para que elas não se sintam esquecidas pela sociedade em nenhuma prática.

“São pessoas que se sentem excluídas, de alguma forma, seja na sua convivência social ou na escola. Quando fazemos ações como essas, mostramos para essas famílias e para essas crianças e a todos os portadores de necessidade especial, que elas têm a valorização que merecem. O Estado tem um olhar diferente para elas e é isso que queremos promover”, ressaltou.

Ana Lúcia Silva, 48, professora de informática e mãe de Rafael Silva, 4, que tem síndrome de Down, comemorou a iniciativa. Para ela, datas como a de ontem celebram a inclusão e a felicidade do pequeno, em estar ao lado de tantos colegas. Pertencer e socializar, na opinião de Ana, é a parte mais bonita de eventos esportivos. “Ele gosta muito de correr. Tirá-lo da televisão e trazê-lo para o ar livre, para brincar e se divertir, é fundamental”, finaliza.

Por Eduardo Fernandes do Correio Braziliense

Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press / Reprodução Correio Braziliense

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